(Continuação daqui)
326. Um juiz à solta (caps. X-XII)
Cap. X. Chapa 50: cf. aqui. Sob a aparência de desvalorizar o dinheiro, a cultura católica é ávida por ele. Nesta cultura, tudo se compra e tudo se vende, é uma questão de preço. Até a honra e, no passado, já se venderam mesmo lugares no céu. Existe em Portugal um dinâmico mercado para a honra, que é intermediado pelos juízes, e que faz corar de inveja os calvinistas. O chamado ask price para a honra é tipicamente 50 mil euros - a famosa Chapa 50 - enquanto o bid é muito variável havendo mesmo quem ache que aquilo não vale coisa nenhuma. A Cuatrecasas e o Rangel, cada um, pediam-me precisamente 50 mil euros pela honra, mas o juiz Vaz Patto fez-me um desconto e obrigou-me a pagar somente cinco mil pela honra da Cuatrecasas e 10 mil pela honra do Rangel. Não sei como lhe agradecer.
Cap. XI. Constituição ou Catecismo?: cf. aqui. O Movimento dos Focolares, de que o juiz Vaz Patto faz parte, é por vezes chamado A Armada do Papa, em referência ao seu militantismo e proselitismo agressivo, fazendo lembrar a designação pela qual, desde há séculos, são conhecidos os Jesuítas -, Os Soldados do Papa. A semelhança entre os dois Movimentos, incluindo a sua propensão comum para se envolverem na política e a sua queda para o socialismo, senão mesmo para o comunismo, já me levou a chamar aos Focolares Os Jesuítas de Saias (cf. aqui). Ambos são mais fiéis ao Papa do que ao Rei, ao Catecismo do que à Constituição.
Cap XII. Um batoteiro: cf. aqui. O juiz Vaz Patto decidiu segundo a jurisprudência do Catecismo que atribui maior importância à honra do que à liberdade de expressão, ao passo que a Constituição - que, no exercício das suas funções, ele prometeu respeitar e fazer cumprir -, a qual remete para a CEDH e para a jurisprudência do TEDH, dá mais importância à liberdade de expressão do que à honra.
(Continua acolá)
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