(Continuação daqui)
130. Um toque erótico
Enquanto os portugueses, em todos os inquéritos de opinião em que são chamados a responder, não se cansam de afirmar a sua falta de confiança na justiça, as três corporações que se apropriaram do sistema não param de prosperar.
No sector público, os juízes e os magistrados do Ministério Público auferem os mais altos vencimentos da função pública (cf. aqui).
No sector privado, os advogados, especialmente as grandes sociedades de advogados, aproveitando-se da corrupção do sistema, vivem um verdadeiro regabofe.
A Cuatrecasas, por exemplo, no ano passado cresceu mais de 30% (cf. aqui) e ainda ontem admitiu quatro novos sócios porque o negócio não pára de aumentar (cf. aqui).
De facto, a extorquir pessoas através do sistema de justiça, como o caso Almeida Arroja v. Portugal bem ilustra, ou a utilizar o sistema de justiça para fazer terrorismo sobre pessoas indefesas, como ilustra o caso do Guardião do Tejo (cf. aqui), ou ainda a fazer uso da velha prática do sector de trabalhar 10 horas e facturar 100 ao cliente (cf. aqui), não é nada difícil enriquecer e prosperar (cf. aqui).
Se, ainda por cima, seguindo o exemplo do seu líder, D. Emílio Cuatrecasas, fugirem ao Fisco, então é o negócio perfeito (cf. aqui).
Convém assegurar alguns cuidados. Ter as costas bem guardadas no Conselho Superior da Ordem dos Advogados é um conforto (cf. aqui). Contratar juízes também ajuda (cf. aqui). E dançar com magistrados do Ministério Público dá um toque erótico à coisa (cf. aqui).
Tudo isto, é claro, ao som da música que os leitores deste blogue elegeram como Hino à Cuatrecasas: cf. aqui.
(Continua acolá)
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