14 novembro 2019

THE BLUE BAG (I)

Nesta série de posts, eu vou reunir os capítulos de uma novela policial que escrevi neste blogue no Verão de 2017 e que tem o título THE BLUE BAG.

A novela está escrita em inglês, mas eu próprio darei um resumo em português de cada capítulo.

Os personagens da novela, por alguma razão desconhecida, têm todos nomes ingleses, mas são inspirados em figuras portuguesas. Os principais são o magistrado do Ministério Público Tony Meadow (cf. aqui), a juiz de instrução criminal Cathy Littleriver (cf. aqui) e um perigoso delinquente chamado Peter Throw.

O enredo é impressionantemente simples. O magistrado Tony Meadow é uma maníaco da acusação criminal que tem como objectivo pôr todos os portugueses na prisão. Às tantas, fica obcecado com a figura de Peter Throw, autor de um célebre princípio segundo o qual "Num serviço público, o público é uma maçada", e que ele considera ser o maior criminoso do país e a figura paradigmática de todos os criminosos.

Inicialmente, com a ajuda da juiz de instrução Cathy Littleriver, Tony Meadow desencadeia uma verdadeira caça ao homem, que em breve se estende de Portugal à América Latina, passando por Espanha, e que convoca, além de uma numerosa equipa de magistrados do MP, as próprias forças armadas do país.

Desesperado e em fuga, Peter Throw decide comprar um burro que baptiza com o nome de Castro, sabe-se lá em homenagem a quem. É acompanhado de Castro que Peter Throw foge para a selva latino-americana. Atrás de si, tem agora a persegui-lo, não apenas o encarniçado Tony Meadow, mas as mais altas patentes das forças armadas portuguesas, chefiadas pelo próprio presidente da república.

Durante a fuga, e antes de entrar na selva do Paraguai, Peter Throw decide contactar a juiz de instrução Cathy Littleriver em Matosinhos, pedindo-lhe para lhe comutar a medida de coacção do termo de identidade e residência para a pulseira electrónica. No caso de se perder na selva, sempre podia ser localizado.

É neste momento que, pelo telefone, Peter Throw e a juiz descobrem que são parentes, da família dos Almeidas da região de Aveiro. É a partir desta altura que a juiz Cathy, sem que o magistrado Tony Meadow se aperceba alguma vez disso, passa a ajudar secretamente Peter Throw na sua fuga através da selva da América Latina.

A juiz Cathy vem a ser, aliás, a figura central do momento mais romântico e comovente da novela, que ocorre entre Castro, o burro, e uma burra mirandesa de nome Branca. É a juiz que manda a burra expressamente de Portugal para a Argentina, num F-16 da Força Aérea, para fazer companhia ao burro Castro, que andava muito triste por esses dias. Triste e invejoso, porque Peter Throw tinha arranjado uma namorada mexicana, e ele não tinha nenhuma.

A novela termina com uma patuscada entre criminosos no Rio de Janeiro ao mesmo tempo que, numa chamada telefónica entre Buenos Aires e Matosinhos, é desvendando o mistério que a alimenta desde o início - a questão de saber o que é que tinha tornado Peter Throw o criminoso mais procurado do país, o alvo da perseguição encarniçada do Ministério Público e até das forças armadas.

O grande crime cometido por Peter Throw tinha sido o de acabar com o Saco Azul do Hospital de S. João.

A novela tem um final feliz: Castro, o burro argentino, casa com Branca, a burra mirandesa.


Capítulo 1. Tony Meadow era um grande investigador criminal sempre à caça de criminosos (cf. aqui).

Capítulo 2. A sua especialidade, tal como a dos seus colegas do Ministério Público, eram os crimes de papel, aqueles que se investigam sem sair do gabinete e andar por aí à chuva. Ei-lo aqui, no seu escritório, num dia de trabalho intenso (cf. aqui).

Capítulo 3. Tony Meadow era trambém um dedicado membro da corporação. Ei-lo a passar uns dias de férias depois de o seu sindicato ter sacado ao Governo mais um aumento salarial para si e para os seus colegas do Ministério Público (cf. aqui)

Capitulo 4. A fixação de Tony Meadow em Peter Thow começou quando, em férias, leu um livro deste autor onde estava teorizado o princípio: "Num serviço público, o público é uma maçada". Na sua condição de funcionário público, achou que a melhor solução para executar este princípio era a de pôr todos os portugueses na prisão (cf. aqui)

Capítulo 5. Neste sentido, começou pelo norte, e a sua primeira acção  foi a de constituir arguidos todos os habitantes de Freixo de Espada à Cinta por não possuírem licença de uso e porte de arma. A juiz de instrução Cathy Littleriver assinou por baixo. (cf. aqui)

Capítulo 6. Em A-da-Gorda, concelho de Óbidos, Tony Meadow constituiu arguidas 37 mulheres, cerca de metade da população local, por educarem os seus filhos na obesidade. A juiz Cathy Littleriver decretou-lhes prisão preventiva como medida de coacção, e os filhos foram entregues à tutela do Estado (cf. aqui).

Capítulo 7. Ali perto, em Cabanas do Chão, concelho de Alenquer, a terra natal dos antepassados de Peter Throw, Tony Meadow mandou para lá a ASAE que concluiu que as cabanas não obedeciam às regras legais de construção, nem o chão era suficientemente firme para as aguentar. 423 pessoas, cerca de 90% da população, foram constituídas arguidas e a juiz Cathy Littleriver deu pulseira electrónica a 324 e prisão preventiva a 86, das quais 23 eram antepassadas de Peter Throw. (cf. aqui)

(Continua)

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