Foi extremamente discreta a presença do Dr. António Prado e Castro na sessão a que compareci no Tribunal de Matosinhos.
Um cavalheiro - pensei eu à saída - e lamentei não o ter podido cumprimentar no final, mas as circunstâncias não permitiram.
Ali esteve silenciosamente, durante três horas, sentado na ponta da mesa, à direita da juíza.
Quase não dei por ele. Quando as duas Fátimas entraram na sala para serem interrogadas, e a juíza lhe deu a palavra, disse, em ambas os casos, que não tinha perguntas a fazer.
Meia-hora antes, quando a juíza lhe concedeu idêntica prerrogativa em relação a mim, perguntou-me o que era a associação de que eu era presidente.
Respondi em trinta segundos e ele deu-se por satisfeito.
Mas achei curiosa a pergunta. Ele era o principal autor daquele enorme dossier que a juíza tinha nas mãos, onde não se devia falar doutra coisa. E eu próprio, durante duas horas, não tinha falado de outra coisa.
Naquela altura eu não sabia o que estava contido naquele dossier.
Só viria a saber mais tarde.
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