Em posts anteriores, aqui e aqui, procurei caracterizar os bárbaros e os decadentes, vamos agora aos civilizados. O que são pessoas civilizadas?
Segundo o autor que tenho vindo a citar, George Friedmam, “pessoas civilizadas são as que são capazes de balancear, nas suas mentes, pensamentos contraditórios. Acreditam que existem verdades e que as suas culturas se aproximam dessas verdades. Ao mesmo tempo, porém, admitem a possibilidade de estarem erradas. A combinação de crença e cepticismo é, por natureza, instável. As pessoas civilizadas lutam selectivamente, mas de modo eficaz”.
Eu interpretei esta definição como um modelo de tolerância e confiança. As pessoas civilizadas são tolerantes porque não se consideram os donos de verdades absolutas e, por outro lado, confiam em si próprias e na sua capacidade de suster a barbárie.
Decorre destas definições que há pessoas civilizadas em todas as culturas e que poderão ter comportamentos muito diversos, excepto no que diz respeito à tolerância e à confiança (na minha hipótese). Um muçulmano civilizado aceitará a prática de outras religiões, um bárbaro não.
Os portugueses civilizados conformam-se aos nossos costumes e tradições, aquilo que nos torna portugueses e nos distingue dos outros, mas convivem bem com a diferença. Conformarem-se com a nossa cultura significa, para a grande maioria, abraçarem os princípios do Catolicismo, mesmo que à sua maneira, sobretudo aplicando a “Regra de Ouro”: "Não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti".
Esse é o comportamento esperado de um português civilizado. Menos do que isto, em Portugal, é um certificado de barbárie ou de decadência.
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