08 agosto 2024

A Decisão do TEDH (286)

 (Continuação daqui)


Comunicação ao país, 13 de Agosto de 2024: "Portugal é um país católico, tal como o Brasil donde acabei de regressar em visita oficial. Na minha condição de homossexual assumido [depois da morte da minha mãezinha] e jurista eminente, com as quotas em dia na Ordem dos Advogados, sigo à risca a teologia da Igreja sobre a matéria, e não vou transar, por mais que isso me custe, certamente que não enquanto fôr primeiro-ministro [a propósito, como é que a gente aqui no Portugau diz transá - fodê?]. Por isso, o Governo aprovou hoje por unanimidade [com o voto contra do chato do Ministro da Educação] e eu decreto, que é proibido transar no país entre 12 e 27 de Agosto. Além de ser crime punível com pena que pode ir até cinco anos de prisão, é pecado. Hoje mesmo dei ordens ao Ministério Público [porque a história da autonomia é só para inglês ver] para pôr toda a malta sob escuta, o que de qualquer maneira eles já faziam mesmo sem as minhas ordens. Quem transar está fodido!"


286. Vai ser proibido transar entre 12 e 27 de Agosto


Na Armada de testemunhas (cf. aqui) que levou para o tribunal de primeira instância de Matosinhos, o futuro primeiro-ministro Paulo Rangel chefiava vários lobbies - o do PSD, o dos advogados, o lobby gay e o lobby da Universidade Católica do Porto (UCP) que eu carinhosamente baptizei de "Gangue da Católica" (cf. aqui). 

A razão é que, enquanto universitário, eu desde sempre tive uma grande adversidade na UCP, especialmente nos departamentos de Direito e de Economia, por defender ideias liberais e eles socialistas. Mas em lugar de terem coragem para combater as minhas ideias, foram para o tribunal queixar-se que eu era um criminoso. 

Durante o julgamento, aquilo que saltava à vista, mesmo à vista desarmada, era uma cambada de santinhos católicos  promiscuamente envolvidos nos mais refinados cambalachos tendo como figurantes a Cuatrecasas,  o PSD, várias instituições públicas (como a Câmara Municipal do Porto e o Hospital de S. João) e até privadas (como a Associação Comercial do Porto: cf. aqui), tudo com o respaldo moral e intelectual da Igreja Católica.

Devo, porém, dizer que o maior santinho do Gangue da Católica, ao nível do próprio futuro primeiro-ministro Rangel, eu só viria a encontrar processualmente no Tribunal da Relação do Porto. Tratou-se do juiz Pedro Vaz Patto, esse fariseu, membro da direcção da Igreja Católica que, como os verdadeiros fariseus, se deliciou a condenar um inocente, pondo-me embora na honrosa posição de Jesus Cristo. Os dois tinham uma relação de proximidade (cf. aqui), mas só Deus sabe se essa relação tinha a ver com gayzada.

Pois bem, é à luz da doutrina oficial da Igreja Católica que eu quero hoje avaliar o que poderemos esperar do futuro primeiro-ministro em exercício durante as duas próximas semanas (12 a 27 de Agosto: cf. aqui), na sua condição de homossexual assumido.

Cito do Catecismo da Igreja Católica. (cf. aqui, ênfases meus)

CASTIDADE E HOMOSSEXUALIDADE

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (103) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

Em suma, segundo a Igreja Católica, os homossexuais são pessoas com comportamentos desordenados, que a Bíblia chega mesmo a considerar depravados. 

São estes comportamentos desordenados ou desequilibrados de que se queixam os  colegas de Governo do futuro primeiro-ministro Paulo Rangel no artigo do Tal & Qual citado no post anterior. 

Diz um seu colega de Governo: "Está deslumbrado, julga-se o detentor de um poder ilimitado e mete o bedelho em tudo o que é ministério, acha-se assim uma espécie de vice-primeiro-ministro".  

Acrescenta outra fonte do jornal: "Só visto que contado ninguém acredita (...) Não há pachorra para estes assomos viris de autoridade por parte de Rangel".

O destaque do artigo é quase catastrófico: "A partir da semana que vem, durante 15 dias, Paulo Rangel vai substituir Luís Montenegro na chefia do governo. Conhecendo o jeito quezilento e o estilo autoritário que tem mostrado desde que é ministro dos Negócios Estrangeiros, no próprio executivo há quem tema o pior...".

Quer dizer, segundo o Tal & Qual, o futuro primeiro-ministro Rangel, nos seus comportamento desordenados, pode mesmo vir a destruir o Governo.

Mas esse não é o maior risco. O maior risco é que este santinho católico, durante a sua vigência como primeiro-ministro, venha a aderir à ortodoxia da Igreja e decida não transar. E que depois - ele próprio oferecendo-se como exemplo - faça aprovar um Decreto-Lei que proíba os portugueses de transar enquanto ele fôr primeiro-ministro.

(Continua acolá)

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