(Continuação daqui)
107. O Gangue da Católica
Ao longo da minha vida eu fui convidado para dar palestras e conferências praticamente em todas as universidades do país. Eu era tido como um economista liberal, uma espécie que não existia em Portugal.
Na Católica do Porto havia um colega universitário que, às vezes, me convidava para ir dar palestras às suas turmas de Direito. Uma das vezes, acrescentou: "Como deve saber, tem uma grande adversidade por aqui".
Nunca dei importância a isso porque não há quem goste mais de um debate intelectual do que eu. Mas, durante o meu julgamento no Tribunal de Matosinhos, a certa altura dei-me conta que, entre os membros da Armada (cf. aqui), a grande maioria vinham de Direito da Universidade Católica do Porto.
E foi com um certo entusiasmo, que era tudo aquilo que eu tinha para me defender na altura, que neste blogue escrevi uma série de posts com o título "O Gangue da Católica" (cf. aqui).
Nas alegações finais, o magistrado X começou por fazer uma "declaração de interesses", dizendo que, quando era estudante de Direito, era um assíduo leitor meu nos jornais onde escrevia (comecei por escrever nos jornais Vida Económica e JN, ambos do Porto) (cf. aqui).
Seria ele também membro do Gangue da Católica?
Ainda hoje não sei, mas desconfio seriamente que sim.
Estou menos convicto acerca do juiz de primeira instância, João Manuel Teixeira, mas desconfio igualmente que sim.
Mas, a maior surpresa ainda estava para vir. Quando o processo subiu ao Tribunal da Relação do Porto, não só a condenação de primeira instância foi confirmada, como foi mesmo agravada.
O juiz relator da decisão final foi o juiz Pedro Vaz Patto que - imagine-se -, por acaso também é membro do Gangue da Católica (cf. aqui).
Tantos juristas eminentes pertencentes ao Gangue da Católica, a lutarem contra mim no seu próprio terreno - o Direito. Mas, no fim, quem ganhou o processo fui eu, que nem sequer sou jurista.
Que humilhação!
(Continua acolá)
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