14 fevereiro 2008

du bist nichts, dein Volk ist alles

O colectivismo é um termo que se aplica a qualquer doutrina que coloque os interesses da sociedade (do colectivo) acima dos interesses individuais. Há muitos ismos no colectivismo - comunismo, socialismo, nacional-socialismo, fascismo, etc., e todos têm em comum o desprezo pelo indivíduo e pelos direitos individuais.
Aparentemente todas as doutrinas colectivistas são louváveis e generosas nos seus propósitos. Adoptam objectivos sociais meritórios e pedem aos indivíduos que sacrifiquem os seus mesquinhos interesses pessoais em nome de valores mais elevados. Estes valores podem ser a igualdade, a fraternidade, a solidariedade, a família, Deus ou a pátria (a cada um seu paladar!) e são todos louváveis, ou pelo menos são todos defensáveis.
O grande problema é que todos estas doutrinas dependem apenas do emocionalismo e da fé e são irracionalistas. Porquê? Porque o colectivo é apenas uma construção social e falar de interesses colectivos é um erro grosseiro. Passa por atribuirmos ao colectivo uma personalidade própria e até uma divindade. O colectivo é antropomorfizado e adquire omnisciência. Daí a necessidade da fé. Nos extremos, no comunismo e no fascismo, os crentes do colectivismo tornam-se fundamentalistas e estão dispostos a matar ou a morrer pelas suas ideologias, como a história tem amplamente demonstrado.

Os líderes populistas aproveitam os instintos religiosos das populações para tomarem o poder em nome de propósitos colectivistas, mas como não há qualquer meio de auscultarem os tais interesses colectivos tornam-se rapidamente, eles próprios, em verdadeiros interpretes e oráculos do colectivo. Uma espécie de representantes na terra de interesses sobrenaturais. Talvez seja por isso que tantos “–istas” são laicos, não querem concorrência.

O ataque à propriedade privada é a pedra de toque do colectivismo e adquire duas nuances. A nacionalização para os comunistas ou a afectação da propriedade aos superiores interesses do Estado para os nazis e fascistas. Obviamente todos os “-istas” desprezam o indivíduo e ninguém expressou melhor este sentimento do que Goebbels: Tu não és nada, o teu povo é tudo!

Reparem agora no irracionalismo. Se o colectivo é um conjunto de indivíduos e se os líderes os considerarem nada, como é que a soma de zeros pode ser positiva? É a fé! Estamos no território dos lunáticos e dos intéis a debitarem teoria para os básicos.

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