(Continuação daqui)
133. Castro, o burro argentino
Não foram raros os momentos em que, ao longo de todo este processo, eu me senti discriminado, e tudo começou logo na abertura de instrução, envolvendo o magistrado do Ministério Público, António Prado e Castro (cf. aqui), e a juíza de instrução criminal, Catarina Ribeiro de Almeida (cf. aqui).
A questão era a seguinte. Nos autos, o Rangel era tratado por Paulo Artur Dos Santos Castro De Campos Rangel ao passo que eu era tratado por José Pedro de Almeida Arroja. Já se está a ver onde é que estava a discriminação. O Rangel é Dos e De e eu sou meramente de.
Ora isto não se faz, é anti-democrático. Mesmo um criminoso como eu tinha direito a ser tratado como um futuro ministro, ou éramos os dois De, ou éramos os dois de, agora ele De e Dos e eu de isso é que não podia ser.
Logo nessa altura deixei um veemente protesto neste blogue (cf. aqui). Não é assim que se trata um criminoso.
Em seguida notei que, nos autos, a juíza Cathy também era tratada por de Almeida e o magistrado Tony por Prado e Castro. E notei ainda mais, que a juíza e eu, éramos ambos de Almeida, ao passo que o Rangel e o magistrado Tony eram ambos Castro.
Decidi então escrever uma novela policial com o título "The Blue Bag" (cf. aqui) e que tem como protagonistas principais um grande criminoso em fuga à justiça, chamado Peter Throw, um magistrado do Ministério Público chamado Tony Meadow obcecado em o capturar, uma juíza de instrução de nome Cathy Littleriver que comanda a caça ao homem a partir de Littlebushes, uma pequena cidade no norte de Portugal, e ainda um burro de nome Castro, que Peter Throw comprou já em fuga na Argentina.
O enredo é incrivelmente simples e o final é muito feliz e começa a desenhar-se quando a juíza Cathy e o criminoso Peter descobrem que são primos pelo lado dos de Almeida e é a própria juíza que acaba a ser decisiva para o sucesso da fuga de Peter Throw à justiça. Não sem que antes tivessem ficado os dois ofendidos por serem tratados pelo Tribunal de Littlebushes por de e não por De. Mas o mais ofendido de todos, porque era também o mais pomposo, foi o magistrado Tony Meadow quando reparou que era tratado por e e não por E (cf. aqui, cap. 19).
O momento crítico da fuga ocorrera dias antes, ainda nas Pampas argentinas, depois de Peter Throw se envolver numa cena amorosa com uma mexicana que conheceu no caminho, diante do burro Castro que, a partir daí, se recusou a andar. Só voltaria a fazê-lo depois de a juíza Cathy, a pedido insistente do primo Peter, enviar de Littlebushes uma belíssima burra mirandesa, chamada Branca (cf. aqui), num F-16 da Força Aérea Portuguesa.
Foi amor à primeira vista entre Castro e Branca e o burro, finalmente, lá se decidiu a andar, sabe-se lá porquê, permitindo a Peter Throw escapar às garras de Tony Meadow que, por essa altura, estava a poucos quilómetros de distância, já perto da selva latino-americana.
(Continua acolá)
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