(Continuação daqui)
153. A PIDE da Democracia
Têm poderes para prender pessoas mas não são polícias. Dizem-se magistrados e vestem-se como os juízes mas não são juízes. Gostam de se apresentar como investigadores criminais mas essa é uma tarefa que há muitas décadas é desempenhada pela Polícia Judiciária.
O que são eles, afinal?
Impostores. Eles fazem política disfarçada de justiça. Eles são a polícia política do regime que, sob essas diferentes imposturas judiciais, comete rotineiramente toda a espécie de crimes (cf. aqui) e amordaça a liberdade.
Fernando Pinto Monteiro, o juiz que foi PGR e seu chefe durante seis anos (2006-2012), confessaria mais tarde que não tinha mão neles. Lamentava não ter conseguido despolitizar o Ministério Público, o qual estava capturado pelo Sindicato, que ele definia do seguinte modo:
"O Sindicato dos magistrados do Ministério Público é um mero lobby de interesses pessoais que pretende atuar como um pequeno partido político". (cf. aqui)
E qual é a ideologia desse pequeno partido político que, desde então, não tem cessado de crescer em tamanho e influência ao ponto de ter recentemente derrubado um governo democrático de um partido que obteve maioria absoluta nas eleições?
Só tem uma ideologia - é contra a democracia. Ele próprio é um partido político que os cidadãos nunca elegeram.
Tem uma enorme semelhança com a PIDE do Estado Novo. Qualquer cidadão que ousasse fazer política partidária ou democrática no tempo do Estado Novo caía nas mãos da PIDE. Agora, qualquer cidadão que ouse fazer política partidária ou democrática cai nas mãos do Ministério Público, com a diferença de que até o primeiro-ministro, o presidente da República e o líder da oposição estão sujeitos a isso.
Não surpreende que desde há anos eu venha chamando ao Ministério Público a PIDE da Democracia (cf. aqui ou aqui). A PIDE visava impedir o funcionamento da Democracia. O Ministério Público não faz outra coisa.
(Continua acolá)
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