07 agosto 2022

O sexo, o juiz e a igreja (I)


I. Sexo transacionável

Onde meta sexo e a igreja, o juiz está presente. O sexo parece suscitar uma atração irresistível sobre o juiz e, em breve, se descobre que a igreja está também envolvida. Foi a observação reiterada desta coincidência que me levou a procurar desvendar o mistério que se esconde na trilogia - o sexo, o juiz e a igreja.

Foi num artigo do Observador onde o juiz defendia a abolição da prostituição depois de ter vindo de uma conferência sobre prostituição em Mainz, na Alemanha, que conheci o envolvimento do juiz com o sexo. E foi nessa altura que soube que o juiz era presidente da assembleia geral de uma associação que se dedicava à proteção de prostitutas (cf. aqui).

Havia sexo e havia juiz, só faltava a igreja. Mas não foi por muito tempo.

Dias depois, e após algumas pesquisas no google, encontrei de novo o juiz, agora como especialista em prostituição, numa conferência em Lisboa (cf. aqui). 

Um juiz especialista em prostituição? Sim, um juiz especialista em prostituição porque onde meta sexo, o juiz está lá, e a igreja católica vem logo atrás. Na altura, não consegui apurar em que instituição é que o juiz tinha feito a sua especialização em prostituição. E muito menos cuidei de saber se a sua  formação tinha sido só teórica ou também prática.

Concluí, porém, que a grande diferença entre a conferência da Alemanha e a conferência de Lisboa era que a primeira tinha prostitutas e a segunda só tinha padres e políticos (e respectivos familiares) e foi nesse momento que apareceu a igreja católica. Estava cumprida a trilogia - sexo, juiz e igreja. Não sem que eu tivesse concluído também que a conferência da Alemanha deve ter sido bem colorida ao passo que a de Lisboa deve ter sido bastante chata.

Na sessão de abertura, e sobre um tema candente como é o sexo, o juiz - especialista em prostituição e presidente da assembleia geral da associação organizadora -, conseguiu reunir a mais alta figura do Estado - o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - e a mais alta figura da Igreja - o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente - estando o encerramento reservado ao primeiro-ministro (cf. aqui).



Os políticos estavam lá, evidentemente, para pagar a associação que gastava meio milhão de euros ao ano, cobertos por subsídios do Estado (cf. aqui). Toda a gente sabe que a mais velha profissão do mundo nunca ficou barata a ninguém (cf. aqui).

Os padres estavam lá para abençoar o sexo transacionável, por mútuo consentimento, entre um homem e uma mulher, porque, quanto ao sexo com rapazinhos, que não tinham ainda idade para dar o seu consentimento, esse, eles já o conheciam de ginjeira (cf. aqui).

(Continua)

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