07 agosto 2022

rapazes

JMM, o membro consagrado do Movimento dos Focolares em França, abusou serialmente de 36 crianças e adolescentes ao longo de mais de 30 anos. Eram todas rapazes. Estima-se que tenha ainda abusado de mais 11, que não quiseram prestar declarações à auditora britânica que investigou o caso. Também estas crianças eram todas rapazes (cf. aqui).

A auditora recebeu ainda queixas relativas a muitos outros casos de abuso sexual no seio do Movimento dos Focolares, mas não os prosseguiu porque estavam fora do seu mandato. A maioria das queixas dizia respeito a casos em que as vítimas eram rapazes.

Durante dois anos e meio, uma Comissão Independente (CIASE) estudou os abusos sexuais cometidos sobre crianças no seio da Igreja Católica em França entre 1950 e 2020, e reportou em Outubro passado (cf. aqui). A CIASE estima que foram abusadas 330 mil crianças nesse período, a esmagadora maioria (80%)  rapazes. Os perpetradores, esses, eram, na maioria, obviamente, homens (padres, cujo número a CIASE estima em 3 mil).

Os dois casos de encobrimento imputados recentemente ao cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, têm como vítimas rapazes. São ainda rapazes as vítimas dos casos de encobrimento atribuídos ao bispo da Guarda e ao bispo emérito de Setúbal (cf. aqui). Ao mesmo tempo, um sacerdote  denunciou um caso em que um padre terá abusado de 17 rapazes, todos escuteiros (cf. aqui).

A Comissão Independente (CI) que investiga os abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa começou o seu trabalho em Janeiro deste ano. Mas em meados de Fevereiro, com base em resultados preliminares, já estava segura de uma conclusão - as vítimas são predominantemente rapazes (cf. aqui).

Quer dizer, a Igreja Católica não encobre apenas uma cultura de abuso sexual de menores. Essa cultura é também uma cultura de homossexualidade. 

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