1. Objectivo: Escrutinar o DIAP
Aquilo que o DIAP anda a investigar, segundo as notícias transmitidas pela Sábado de ontem (cf. aqui), é aquilo que, entre os economistas e contabilistas, é conhecido pelo nome de Saco Azul.
Tendo este como primeiro, eu pretendo escrever uma série de artigos com o título "Saco Azul" para explicar aos leitores que não são desta área o que é uma saco azul, como é que ele é gerido e mantido, e como é que os seus autores, um dia, podem ser apanhados.
Tenho de admitir que, ao escrever esta série de artigos - que serão espaçados no tempo, à medida que informação útil for sendo tornada pública -, o meu principal objectivo é o de escrutinar a própria investigação do DIAP.
Eu não acredito no DIAP (que é o departamento de investigação criminal do Ministério Público), certamente que não quando, como neste caso, do outro lado, a responder perante o DIAP em representação da administração do HSJ, está a sociedade de advogados Cuatrecasas.
A Cuatrecasas mantém com o Ministério Público uma relação de amor, tipo Romeu e Julieta, que eu já testemunhei pessoalmente e de que já dei conta noutro lugar (cf. aqui).
Por isso, eu receio bem que este inquérito venha a ser arquivado por falta de provas, ou dificuldade em as obter, como acontece a 94% dos inquéritos-crime desta natureza, segundo dados do próprio Ministério Público (cf. aqui).
(É claro que às vezes o inquérito é arquivado porque o magistrado do Ministério Público é comprado, como aconteceu aqui).
No final desta série de artigos, eu espero que o leitor tire por si a conclusão que, se o inquérito vier a ser arquivado por falta de provas ou dificuldade em as obter, é porque o DIAP decidiu assobiar para o lado e fazer mais um favor à Cuatrecasas e, por implicação, à administração do HSJ.
Eu escrevo também na convicção de que a principal fonte de informação para a abertura do inquérito pelo DIAP-Porto ao saco azul do HSJ fui eu e aquilo que escrevi neste blogue.
Desde há, pelo menos, dois anos e meio que este blogue é muito lido no DIAP do Porto e, mais geralmente, no Ministério Público, e eu acho muito bem, em lugar de andarem por aí a perder tempo, durante as horas de trabalho, nas redes sociais (cf. aqui). É claro que peço desculpa aos senhores magistrados de, às vezes, terem de ler aquilo que não gostam.
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