24 outubro 2019

Olha... a mim...

Há certas frases que são icónicas entre os portugueses, que eles proferem sempre da mesma maneira em certas circunstâncias.

Uma das que eu mais aprecio é esta:

-Olha … a mim ninguém me disse nada…,

que é normalmente proferida por alguém que se sente excluído de um processo no qual gostaria de participar (ou para se eximir de responsabilidades num processo em que era suposto participar).

Há pouco, telefonou-me uma jornalista do Jornal de Notícias pegando na notícia da Sábado de hoje (cf. aqui).

Os jornalistas em Portugal funcionam assim. Há um que acende um fósforo e os outros depois ateiam a fogueira.

A jornalista queria saber se eu tinha sido contactado pelo DIAP para depôr no âmbito deste inquérito.

A minha vontade imediata foi responder-lhe com aquela frase icónica:

-Olha … a mim ninguém me disse nada…

Disse-lhe que não, que não tinha sido contactado, mas gostava de ser. Aparentemente, o DIAP só tinha tido "várias interações" mas era com o Hospital de São João (cf. aqui)

Estivemos depois um bocado ao telefone. No final, fui eu que resumi a conversa:

-Escreva lá que não fui contactado pelo DIAP … Mas que gostava de ser… Até pode pôr isso em título…

E, depois de desligar o telefone, pensei:

-Eles têm medo de mim … e do PC…

Que bom seria eu poder encontrar o magistrado Vasco Guimarães, que foi director do DIAP, e é o meu acusador público junto do Tribunal da Relação do Porto. Dava jeito e inspiração para eu poder continuar a novela.

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