O assunto que o Ricardo trata neste post é o mesmo que me foi sugerido ontem pela leitura de um post de parabéns do José Manuel Fernandes no quinto aniversário d' O Insurgente (ver aqui). Trata-se da questão do Debate.
Antes de prosseguir, eu gostaria de dar os parabéns ao André Azevedo Alves e aos outros colaboradores d' O Insurgente e endereçar-lhes um voto. Que continuem a Debater por muitos e bons anos! (E nós cá para ver, claro).
O Debate é uma ideia saída da Reforma Protestante e que triunfou na modernidade como um método para chegar à Verdade, substituindo a autoridade da Igreja. A ideia atingiu a sua formulação moderna com Kant, mas talvez tenha sido Hegel a exprimi-la melhor na célebre trilogia tese/antítese/síntese, sendo na síntese que está a Verdade. O moderno método científico, na versão de Popper - o método das conjecturas e refutações - também assenta na ideia de que é pelo Debate que se chega à Verdade (científica).
Até à Reforma protestante, a Verdade era detida e comunicada às pessoas pela autoridade da Igreja Católica. Os protestantes negaram que a Igreja (isto é, a autoridade) tivesse a Verdade. Na sua versão mais dura, o protestantismo afirma que a Verdade não existe. Na sua versão mais soft, afirma que, se a Verdade existe, não se sabe quem a tem, e numa versão ainda mais moderna (Hans Kelsen) afirma que a Verdade não interessa para nada (aquilo que interessa é a Justiça).
Pois estes engraçados, que negam a existência da Verdade, que afirmam que ninguém possui a Verdade (caso ela exista), ou simplesmente que dizem que a Verdade não interessa, inventaram um método para eles próprios chegarem à Verdade. Esse método, como já referi, é o Debate (alternativamente conhecido por discussão racional, troca de ideias ou simplesmente liberdade de expressão).
Mas se a Verdade não existe ou se ninguém pode chegar à Verdade, que Verdade se pode esperar do Debate? Nenhuma. O José Manuel Fernandes faz muito bem quando cumprimenta O Insurgente, não por alguma Verdade que de lá tenha saído, mas pela sua contribuição ao Debate, porque Debater foi tudo o que os Insurgentes fizeram ao longo dos seus 5 anos de existência. É esse também o objectivo do Prós-e-Contras: Debater!
E na ciência, também é assim, ou já saiu alguma Verdade científica do método popperiano que também é baseado no Debate? Não, não saiu. Os cientistas que passam o tempo no Debate (em conferências, artigos em jornais científicos, etc) nunca descobrem Verdade nenhuma. O Newton não debateu com ninguém para formular a Lei da Gravidade, o Fleming também não para inventar a penincilina. E ninguém imagina o Einstein a formular a Teoria da Relatividade por Debate.
Portanto, duas conclusões. Primeira, o objectivo de quem Debate não é chegar à Verdade, porque, para quem o faz, a Verdade não existe ou não pode ser encontrada por ninguém - o único objectivo é Debater! Segunda, chega-se à Verdade através de pessoas, de pessoas inspiradas por Deus. Foi assim que lá chegaram o Newton, o Fleming e o Einstein.
Antes de prosseguir, eu gostaria de dar os parabéns ao André Azevedo Alves e aos outros colaboradores d' O Insurgente e endereçar-lhes um voto. Que continuem a Debater por muitos e bons anos! (E nós cá para ver, claro).
O Debate é uma ideia saída da Reforma Protestante e que triunfou na modernidade como um método para chegar à Verdade, substituindo a autoridade da Igreja. A ideia atingiu a sua formulação moderna com Kant, mas talvez tenha sido Hegel a exprimi-la melhor na célebre trilogia tese/antítese/síntese, sendo na síntese que está a Verdade. O moderno método científico, na versão de Popper - o método das conjecturas e refutações - também assenta na ideia de que é pelo Debate que se chega à Verdade (científica).
Até à Reforma protestante, a Verdade era detida e comunicada às pessoas pela autoridade da Igreja Católica. Os protestantes negaram que a Igreja (isto é, a autoridade) tivesse a Verdade. Na sua versão mais dura, o protestantismo afirma que a Verdade não existe. Na sua versão mais soft, afirma que, se a Verdade existe, não se sabe quem a tem, e numa versão ainda mais moderna (Hans Kelsen) afirma que a Verdade não interessa para nada (aquilo que interessa é a Justiça).
Pois estes engraçados, que negam a existência da Verdade, que afirmam que ninguém possui a Verdade (caso ela exista), ou simplesmente que dizem que a Verdade não interessa, inventaram um método para eles próprios chegarem à Verdade. Esse método, como já referi, é o Debate (alternativamente conhecido por discussão racional, troca de ideias ou simplesmente liberdade de expressão).
Mas se a Verdade não existe ou se ninguém pode chegar à Verdade, que Verdade se pode esperar do Debate? Nenhuma. O José Manuel Fernandes faz muito bem quando cumprimenta O Insurgente, não por alguma Verdade que de lá tenha saído, mas pela sua contribuição ao Debate, porque Debater foi tudo o que os Insurgentes fizeram ao longo dos seus 5 anos de existência. É esse também o objectivo do Prós-e-Contras: Debater!
E na ciência, também é assim, ou já saiu alguma Verdade científica do método popperiano que também é baseado no Debate? Não, não saiu. Os cientistas que passam o tempo no Debate (em conferências, artigos em jornais científicos, etc) nunca descobrem Verdade nenhuma. O Newton não debateu com ninguém para formular a Lei da Gravidade, o Fleming também não para inventar a penincilina. E ninguém imagina o Einstein a formular a Teoria da Relatividade por Debate.
Portanto, duas conclusões. Primeira, o objectivo de quem Debate não é chegar à Verdade, porque, para quem o faz, a Verdade não existe ou não pode ser encontrada por ninguém - o único objectivo é Debater! Segunda, chega-se à Verdade através de pessoas, de pessoas inspiradas por Deus. Foi assim que lá chegaram o Newton, o Fleming e o Einstein.
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