O João Rodrigues não foi parido, foi largado. Se tivesse sido parido sabia que era feito da mesma massa que os pais e que tinha herdado as características únicas da sua família. Características que estão presentes em todos os outros seres humanos, mas que, em cada clã, manifestam combinações e preponderâncias particulares.
O QI, por exemplo, depende em grande parte da hereditariedade. Assim como o génio para a música ou para a pintura.
Quem nasce numa “família talentosa” tem mais possibilidades de ter sucesso na vida e esse sucesso não pode ser atribuído a qualquer lotaria, depende dos genes. A educação, logo a seguir à genética, é fundamental para desenvolver talentos herdados, mas só por si não chega.
Para negarmos esta evidência e pensarmos em termos de lotaria social, seria preciso acreditarmos que os bebés vêm de Paris, no bico de uma cegonha, e que são largados ao acaso.
O João Rodrigues acredita que veio de Paris.
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