02 junho 2009

intolerantes

Os portugueses não me parecem um povo tolerante. Não são tolerantes com tudo o que foge à visão formatada (tribal) que têm do mundo (a verdade do PA) e isso manifesta-se na vida familiar, na actividade profissional e na actividade social e/ou política.
A intolerância familiar traduz-se por elevados níveis de violência, em particular contra as mulheres, a intolerância profissional traduz-se numa luta permanente de grupos e facções e, por fim, a intolerância política que determina que, ainda hoje, não existam partidos de direita, em Portugal. O português típico é xenófobo, não tem dificuldade, por exemplo, em declarar-se homofóbico, e, em termos políticos, é um fundamentalista.
A imagem de tolerância que os portugueses aparentam é apenas por serem complacentes com comportamentos marginais. Complacência que existe porque os portugueses assumem-se como capazes de fazer o mesmo: - se eu estivesse no lugar dele também fazia o mesmo, ouvimos constantemente dizer. Ora isto não é tolerância, a tolerância manifesta-se em relação à diferença e não em relação ao que é semelhante. Em vez de aplicarem a regra de ouro, os portugueses tratam os outros como desconfiam que os outros os tratariam a eles.
Por fim, não tendo confiança uns nos outros, os portugueses nunca poderiam ser tolerantes porque não é compatível desconfiar e tolerar.

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