05 maio 2009

trust


A confiança nas relações interpessoais (interpersonal trust), fora do círculo restrito da família e dos amigos, tem sido frequentemente apontada na literatura relevante como uma condição essencial ao funcionamento eficaz de uma democracia-liberal. O argumento não é sofisticado. Quanto à democracia, é difícil respeitar os seus resultados (governo e outras instituições) quando cada cidadão não tem confiança nos outros. Quanto à economia de mercado, não é fácil às pessoas entrarem em contratos livremente estabelecidos quando mutuamente não se consideram fiáveis.
.
Portugal exibe um baixo índice de confiança nas relações interpessoais (ver aqui, terceira coluna) - e curiosamente, o país que exibe o score mais baixo da tabela é um nosso descendente directo, o Brasil. Por isso, muito antes de ambicionar ser uma democracia e uma economia de mercado de que geralmente se possam orgulhar, os portugueses fariam bem em desenvolver instituições e comportamentos que fomentassem o aumento da confiança nas relações entre as pessoas. Uma sociedade onde - levando ao exagero - ninguém confia em ninguém não pode prosperar, nem a democracia sobreviver.

Sem comentários: