Há essencialmente dois modelos de reestruturação empresarial que, lá por Harvard, são conhecidos como o modelo E e o modelo O.
O modelo E, ou economicista, consiste numa concentração da empresa nas suas actividades mais lucrativas (o chamado core business), na alienação dos activos que não cumprem os objectivos, na redução do pessoal (downsizing) e na subcontratação (outsourcing). O sucesso das reestruturações que seguem o modelo E avalia-se pelo retorno do capital investido (ROE), em particular no curto e no médio prazo.
O modelo O, ou organizacional, consiste na reinvenção da empresa através de novos modelos de gestão, da introdução de novas tecnologias e do aumento da produção. No modelo O, os trabalhadores participam em todo este processo; dão sugestões e adaptam-se às novas realidades. O sucesso deste modelo avalia-se pelo valor dos activos da empresa, pelo valor do seu “goodwill” e pelo grau de satisfação de todos os stakeholders. O retorno do capital (ROE) é avaliado a mais longo prazo.
O modelo E, é liderado de cima para baixo, com atritos e conflitos permanentes. O modelo O emerge de baixo para cima, dentro da visão e dos objectivos da liderança.
Ao longo dos anos, em Portugal, tem sido utilizado, quase exclusivamente, o modelo E. Não só nas empresas mas também no Estado. Chegou a altura do modelo O. Nos próximos posts vou dar exemplos da aplicação do modelo E na saúde e esboçar alternativas.
Sem comentários:
Enviar um comentário