As sucessivas mudanças que foram ocorrendo na saúde, em Portugal, privilegiaram o modelo E. O Ministério da Saúde (MS), especialmente nos últimos 7 anos (com Barroso, Santana e Sócrates), acentuou esta tendência, em detrimento do modelo O.
Porquê e como?
Se nos colocarmos na perspectiva dos governantes torna-se relativamente fácil responder ao porquê. O SNS, à medida que cresceu, foi consumindo mais recursos financeiros, mas este esforço adicional quase nunca se traduziu num aumento da produtividade, nem numa maior satisfação dos “utentes”. Pelo contrário, a procura crescia mais depressa do que a oferta, criando situações embaraçosas, como as famosas listas de espera.
A resposta (o como?) foi tentar “melhorar a produção”, através de soluções empresariais, no sentido de se obterem resultados no curto prazo (longo prazo, em política, são quatro anos). A empresarialização dos hospitais, as PPP's, os programas de combate às listas de espera, o downsizing, a subcontratação, o trabalho precário, etc., foram medidas que seguiram o modelo E.
Os resultados destas políticas foram os esperados. A “máquina SNS” debita um maior “output”, mas também custa muito mais a manter. Por outro lado, aumentaram os conflitos institucionais, aumentou a insatisfação dos profissionais do sector e institucionalizou-se uma certa desumanização.
O mais importante, porém, é que é duvidoso que os “utentes” estejam mais bem servidos.
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