06 fevereiro 2009

a racionalidade do proteccionismo


Os sinais de proteccionismo (e de xenofobia) aparecem todos os dias, um pouco por todo o lado - e trabalhadores portugueses estão a ser vítimas deles em Inglaterra. Em posts anteriores procurei ilustrar que o Princípio da Vantagem Comparativa, que serve de suporte ao princípio da liberdade das trocas, não é independente das circunstâncias. Nenhum Princípio é. Nem mesmo um dos Princípios mais importantes da vida - Não matarás - é independente das circunstâncias.

Na sua versão mais simples, o Princípio da Vantagem Comparativa afirma que eu saio beneficiado se me especializar na actividade de economista e empregar uma pessoa para me fazer o trabalho doméstico, mesmo que eu seja mais produtivo que essa pessoa, quer como economista quer a fazer o trabalho doméstico, importando apenas que, em termos relativos, a minha superioridade como economista sobre ela seja maior que a minha superioridade a fazer o trabalho doméstico.

O Princípio assume, evidentemente, que certas condições sejam cumpridas, a mais óbvia das quais é a de que eu consiga arranjar um emprego como economista. Porque, se eu ficar desempregado e não tiver dinheiro para pagar à empregada, o melhor para mim é despedi-la e fazer eu próprio o trabalho doméstico. Acabaram-se as trocas livres lá em casa.

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