31 janeiro 2009

quem não tem dinheiro...


Foi o Joaquim que, num post que eu já não consigo localizar, aqui há uns meses falava do erro que é, na generalidade dos casos, um jovem casal ambicionar comprar casa logo na altura do casamento. Fica hipotecado para a vida.

Aquilo que, na altura, me fez reflectir no post do Joaquim, não foi tanto o tema específico, mas o facto de os conselhos aos jovens, como aquele que o Joaquim acabava de dar, não serem um assunto corrente na imprensa portuguesa - jornais, revistas, rádio, TV, blogosfera. É parte da falta de sentido prático dos portugueses a que me referi em post anterior, e é uma falta da geração mais madura.

Gostaria hoje de contribuir para este assunto com um conselho aos jovens que consideram casar. Dirijo-me aos jovens do sexo masculino. As mulheres hoje em Portugal (ao contrário do que sucedia uma geração atrás, que era a minha) trabalham tanto como os homens e ganham, frequentemente, mais do que os homens.
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Se é um homem jovem e pensa casar, o meu conselho é que proceda do seguinte modo. Pergunte à sua noiva, ainda durante o namoro - o mais tardar durante o primeiro mês de casado -, quanto custa sustentar a casa: as despesas de alimentação, vestuário e calçado, a renda (prestação) da casa, as contas da água, luz, electricidade e condomínio, etc. Por outras palavras: "Quanto custa vivermos os dois?" .

tempo à sua noiva para pensar a resposta - uma semana é suficiente - mas, sobretudo, nunca largue a questão. Quando ela lhe responder - por exemplo, 1500 euros por mês - diga-lhe: "Está bem. Passarei a entregar-te esse valor mensalmente".
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No caso de ela argumentar: "Mas eu também trabalho e tenho o meu ordenado, também quero contribuir para as despesas da casa", responda-lhe: "Certamente. O teu ordenado podes utilizá-lo para os extras. Para além das despesas correntes de governar uma casa, há sempre despesas extraordinárias - medicamentos para uma doença, pagar o conserto do frigorífico, comprares uma pulseira para ti...". E acrescente: "Eu faço questão de sustentar a casa". (Esta é a frase decisiva - e não deixe de a concretizar em actos).
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Se você seguir o meu conselho, as probabilidades de que o seu casamento dure muitos anos são elevadas. Se não o seguir, as probabilidades de, mais cedo ou mais tarde, ele acabar em divórcio são consideráveis. No caso de objectar que o seu ordenado não lhe dá para sustentar a casa, eu respondo-lhe: "Olhe, meu caro, quem não tem dinheiro não tem vícios. Vai-se meter em sarilhos".

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