Portugal não tem um problema. Portugal é um problema. O país não tem, de há muito, qualquer sentido estratégico, nem finalidades específicas que justifiquem a sua existência como país autónomo, que verdadeiramente já não é. As funções de soberania que ainda lhe cabem - e que não foram avocadas por Bruxelas - desempenha-as mal: a segurança é cada vez mais insuficiente e insatisfatória, a educação, a saúde, a justiça não satisfazem ninguém. Em boa verdade, raramente satisfizeram, ao longo da nossa história.
Acresce que Portugal vive, de há muito também, uma crise de confiança generalizada no país e nas suas instituições. Note-se que os portugueses não confiam no governo (em nenhum governo), no parlamento, nas autarquias, nos tribunais, na procuradoria, no Banco de Portugal, etc. O problema já não é das pessoas que as ocupam: elas têm mudado, frequentemente com o voto popular, e, nos últimos anos, a desconfiança permanece. O problema é mesmo com o país, no qual já ninguém acredita.
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