Nestes dois posts (aqui e aqui) referi a inexistência na cultura portuguesa, por oposição à cultura inglesa, de uma propensão para especular, significando por especulação a antecipação do futuro e a discussão de cursos de acção para lidar com ele.
E, no entanto, os portugueses são pessoas que falam muito - segundo algumas estimativas, 30% mais que os ingleses. Mas, então, de que é que os portugueses falam no espaço público, se eles não falam dos problemas futuros nem da maneira de lidar com eles?
Encontrará a resposta se um dia tiver a oportunidade de se afastar do país, vivendo alguns anos num país estrangeiro, mas acompanhando o que se passa em Portugal pela leitura regular dos jornais portugueses.
A sensação que vai ter é que os portugueses passam o tempo engalfinhados uns nos outros a discutir problemas que não têm importância nenhuma, e nunca discutem os problemas importantes. (Se não tiver a oportunidade de ir viver para o estrangeiro, observe de uma maneira afastada - isto é, sem nunca se envolver - as discussões na blogosfera e chegará à mesma conclusão).
Sem comentários:
Enviar um comentário