Aí está a mudança estratégica que, desgraçadamente, eu tinha previsto esta manhã: o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, afirmou há uma hora atrás que, afinal, o fundo estatal de 700 mil milhões de dólares não irá absorver os activos tóxicos que ainda pululam nos balanços dos bancos - o objectivo inicial que presidiu à sua criação.
O fundo irá apenas adquirir participações accionistas nos bancos em aflição, na sequência do que, aliás, já tem sido feito nas últimas semanas. O objectivo é impulsionar a normal concessão de crédito que permanece estrangulada. Adicionalmente, Henry Paulson, aparentando um ar cada vez mais cansado, anunciou que o fundo estatal irá também apoiar outros sectores não financeiros da economia, em particular a indústria automóvel.
Portanto, caros leitores, concedo a derrota: esta gente acaba de esbanjar uma oportunidade dourada para reformar os pilares do sistema financeiro, tal como eu detalhei aqui (ver penúltimo parágrafo). E, pior, acabou de entrar numa avenida aleatória e discricionária que, a prazo, inevitavelmente, conduzirá a muito maus resultados. Lamentável.
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