"(...) nos últimos dias, vários políticos no Congresso norte-americano manifestaram a vontade de aplicar fundos estatais em empresas de outros sectores, não financeiros, em particular na indústria automóvel (...) se o dinheiro dos contribuintes for aplicado, de forma indiscriminada, para salvar empresas que há anos e anos apresentam debilidades estruturais, o caso da General Motors, estará criado o precedente que justificará que nenhuma falência, em nenhum sector, alguma vez mais ocorra nos Estados Unidos (...) É preciso entender que a criação do fundo estatal foi a resposta ao risco sistémico associado à potencial falência do sector financeiro (...) De um momento para outro, o dinheiro exibido nos extractos bancários desapareceria, os pagamentos electrónicos deixavam de ser fazer, as transferências também e, facilmente, regressaríamos a uma economia de troca directa – pão por fruta, queijo por fiambre (...) Assim, a utilização de dinheiros públicos para salvar a indústria automóvel norte-americana, em decadência há anos, será um precedente muito grave."
Excerto do meu próximo artigo no semanário "Vida Económica".
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