A agência noticiosa Bloomberg processou judicialmente a Reserva Federal (FED) norte-americana. Extraordinário. Em causa, a recusa por parte do banco central em identificar os destinatários dos empréstimos de liquidez realizados a partir de meados de Setembro, altura em que o FED relaxou os critérios relativamente ao tipo de activos aceites como colateral nas operações conduzidas no mercado interbancário.
Apenas se sabe que desde 14 de Setembro, quando o FED garantiu financiamentos ilimitados, as operações de empréstimo a outros bancos aumentaram 140%. De acordo com a Bloomberg, já foram concedidos empréstimos de 2 triliões de dólares. Mas ninguém sabe quem foram os recipientes nem que tipo de activos estes entregaram ao FED como garantia dos empréstimos. Ora, tendo em conta que o FED há muito que anda a absorver os activos tóxicos do sector (ver aqui , em especial o penúltimo parágrafo), não se entende esta falta de transparência adicional. Só se for para esconder que é o FED que, na realidade, anda a desempenhar uma parte importante da função para a qual foi criado o fundo dos 700 mil milhões de euros e permitir que este seja agora alocado pelo Congresso noutras frentes.
A Bloomberg faz muito bem em pedir satisfações.
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