09 novembro 2008

o capricho


No estudo de Banfield sobre a comunidade italiana de Montegranesi (*), a que fiz referência no meu post anterior, um dos aspectos que mais impressionou o autor foi a forma como é exercida a autoridade parental:
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"A punição ... não está relacionada com nenhum princípio de dever; tão depressa os pais se agarram aos filhos aos beijos como logo a seguir os castigam. Se a gratificação e a deprivação - o "bem" e o "mal" - dependem do capricho daquele que possui autoridade, nenhum princípio consegue ser internalizado na consciência ... Ser penalizado é ter "azar", ser premiado é ter "sorte" ... A relação de cada pessoa com os detentores de poder - por exemplo, o Estado e Deus -, é formada no modelo fornecido pelo seus pais [i.e., o capricho]" .
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(*) Edward C. Banfield, The Moral Basis of a Backward Society, Glencoe, Illinois: The Free Press, 1958,

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