Será que nos países do norte da Europa e da América do Norte - aqueles que tenho referido aqui como de cultura predominantemente protestante - a democracia também produz a mentalidade tribalística e exclusivista que produz em Portugal e noutros países de cultura católica?.
A resposta é não. Posso afirmá-lo pela experiência directa de ter vivido vários anos num desses países, embora não seja por aqui que eu gostaria de tratar a questão. Entre familiares, amigos, colegas de escola ou de trabalho raramente se fala de política. A política é assim como que uma coisa íntima, cujas opções cada um guarda para si e evita discutir com os outros. Pelo contrário, em Portugal, as pessoas zangam-se por causa da política, seleccionam-se em função de critérios políticos, tornam-se amigas e inimigas em função da política.
A razão para esta diferença é de origem cultural. A tradição católica proclama a verdade absoluta, com exclusão de todas as outras. Pelo contrário, nenhuma corrente protestante proclama possuir a verdade absoluta, daí conviver saudavelmente com outras correntes de opinião. A democracia, que é o regime político fundado na diversidade de correntes de opinião é, de resto, uma invenção protestante - e nem poderia ser de outro modo.
Os povos de tradição católica conseguem viver harmoniosamente quando a esmagadora maioria das pessoas aderem à verdade única e absoluta que a sua tradição cultural proclama. Quando se confere a estes povos a possibilidade de se cindirem em correntes de opinião diferentes, como as que são representadas pelos partidos políticos em democracia, o resultado é a conflitualidade social permanente porque cada corrente de opinião ou partido vai proclamar que é ele que possui a verdade absoluta, com exclusão de todos os outros.
.
Quem julga possuir a verdade absoluta só pode ter uma atitude em relação a todos aqueles que, na sua opinião, não a possuem - esmagá-los. O nível de conflitualidade social, especialmente em períodos de crise, torna-se então insuportável. É por esta razão que, a prazo, a democracia nunca triunfou em países de tradição católica.
A resposta é não. Posso afirmá-lo pela experiência directa de ter vivido vários anos num desses países, embora não seja por aqui que eu gostaria de tratar a questão. Entre familiares, amigos, colegas de escola ou de trabalho raramente se fala de política. A política é assim como que uma coisa íntima, cujas opções cada um guarda para si e evita discutir com os outros. Pelo contrário, em Portugal, as pessoas zangam-se por causa da política, seleccionam-se em função de critérios políticos, tornam-se amigas e inimigas em função da política.
A razão para esta diferença é de origem cultural. A tradição católica proclama a verdade absoluta, com exclusão de todas as outras. Pelo contrário, nenhuma corrente protestante proclama possuir a verdade absoluta, daí conviver saudavelmente com outras correntes de opinião. A democracia, que é o regime político fundado na diversidade de correntes de opinião é, de resto, uma invenção protestante - e nem poderia ser de outro modo.
Os povos de tradição católica conseguem viver harmoniosamente quando a esmagadora maioria das pessoas aderem à verdade única e absoluta que a sua tradição cultural proclama. Quando se confere a estes povos a possibilidade de se cindirem em correntes de opinião diferentes, como as que são representadas pelos partidos políticos em democracia, o resultado é a conflitualidade social permanente porque cada corrente de opinião ou partido vai proclamar que é ele que possui a verdade absoluta, com exclusão de todos os outros.
.
Quem julga possuir a verdade absoluta só pode ter uma atitude em relação a todos aqueles que, na sua opinião, não a possuem - esmagá-los. O nível de conflitualidade social, especialmente em períodos de crise, torna-se então insuportável. É por esta razão que, a prazo, a democracia nunca triunfou em países de tradição católica.
Sem comentários:
Enviar um comentário