No seguimento do post anterior, eu gostaria de concluir o round de posts que hoje escrevi sobre a cultura católica com uma observação descontraída.
À medida que a tenho conhecido melhor, e reflectido mais sobre ela, eu considero a cultura católica uma cultura fascinante. É uma cultura perfeitamente racional, sofisticada, subtil e, sobretudo, muito divertida. Um dos defeitos dos portugueses, e dos povos de cultura católica em geral, é que sendo a sua cultura muito divertida, eles se tomam excessivamente a sério quando se apresentam em público.
Por exemplo, considere-se este caso. Quando na televisão se debate alguma reforma - seja a reforma do sistema político, da administração pública, da segurança social ou da justiça - enfim, qualquer reforma, porque os portugueses estão sempre a discutir reformas, eu estou no sofá a sorrir e a pensar, às vezes em voz alta para quem me ouve: "Olhem para eles tão sérios a falarem da reforma. Nenhum deles acredita que vai conseguir reformar coisa alguma, porque isto só muda por imposição externa das circunstâncias. É tudo conversa. No entanto, olhem para o ar sério deles e da audiência".
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