Os portugueses passam o tempo a falar de reformas - a reforma da justiça, a reforma da administração pública, a reforma da educação, a reforma da saúde, a reforma da segurança social, a reforma do sistema político e, agora também, a reforma do sistema financeiro.
Devemos tomá-los a sério naquilo que parece ser uma mania nacional - a das reformas? Não, nunca. As reformas que os portugueses fazem deixam geralmente tudo na mesma, e daí que eles passem o tempo a falar em reformas. Os portugueses são péssimos reformadores, reflectindo a sua cultura profundamente católica.
A reforma, ou o ajustamento das instituições (e das pessoas) às circunstâncias, é uma instituição eminentemente protestante. Foram os protestantes que fizeram a Reforma, liderada por Lutero e por Calvino. Os povos católicos do sul da Europa como Portugal, mantendo-se fieis à Igreja Católica, fizeram uma coisa muito diferente. Fizeram a Contra-Reforma, por outras palavras, a oposição à Reforma.
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A Contra-Reforma é, por vezes, também chamada Reforma Católica e o seu marco principal é o Concílio de Trento (1545-63). A duração do Concílio - dezoito anos - ilustra bem, de resto, a vontade e a pressa que os povos católicos, e os seus líderes religiosos, tinham em reformar.
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