Nos últimos posts tenho vindo a descrever sucintamente algumas tendências inatas do nosso comportamento. Baseei-me sobretudo em Edward O. Wilson, o fundador da sociobiologia, aproveitando a leitura do seu livro “Consilience” que recomendo a todos.
Estas tendências, ou regras epigénicas, resultaram de uma evolução de milhões de anos e chegaram até nós por selecção natural. Quem se interesse por assuntos sociológicos ou políticos não pode ignorar que a nossa espécie tem características determinadas a que chamamos natureza humana (NH). Lutar contra esta natureza, tentando impor utopias que passam por um homem novo, é uma chaladice que não merece um minuto de reflexão.
A natureza humana englobará certamente milhares de características relevantes. Edward O. Wilson, no seu livro, aborda apenas características essenciais, passíveis de demonstração empírica. Essas características são: A territorialidade, a selecção familiar, o investimento parental, a estratégia reprodutiva, o estatuto social e a contratualidade.
As ideologias políticas, para terem sucesso, têm de se encaixar na NH. É necessário protegermos e defendermos o nosso território, a nossa Pátria, com unhas e dentes, porque sem território as nossas tribos não sobreviverão. Temos de proteger a família enquanto veículo de reprodução da espécie. A única família válida é a que é constituída por um macho e por uma fêmea que se unem com o propósito sagrado de se reproduzirem, respeitando as estratégias assimétricas de cada sexo. Precisamos de elites e de líderes que sejam capazes de nos encorajar com as suas visões e exemplo. Por fim, precisamos de instituições que garantam o cumprimento dos contratos que livremente celebramos (Justiça).
Como libertário, penso que não cabe ao Estado imiscuir-se em muitos destes assuntos. Numa República, se o Estado garantir o território, a defesa e a segurança dos cidadãos, os direitos cívicos fundamentais e a administração da justiça, o resto vem por acréscimo.
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