Os contratos, entre indivíduos da espécie humana, “são um elemento da nossa natureza, tão característico como a linguagem e o pensamento abstracto” (Edward O. Wilson).
Esta predisposição inata para celebrar contratos foi demonstrada experimentalmente pelos estudos de Leda Cosmides e de John Tobby, através da demonstração empírica da acuidade que herdamos para detectar potenciais burlões e trapaceiros. Uma acuidade que ultrapassa bastante as faculdades racionais de cada indivíduo, para circunstâncias comparáveis. Este conhecimento faz hoje parte de qualquer curso de negociação, de um MBA.
A capacidade para celebrar contratos tornou-se numa vantagem competitiva devido à volatilidade da vida social dos grandes mamíferos. Através dos contratos os seres humanos estendem laços de tipo familiar a terceiros, para benefício do colectivo. Talvez seja pela necessidade de celebrar contratos que as sociedades dependem da confiança (trust) entre os seus membros e ainda do funcionamento eficaz de um sistema de justiça que reponha, em tempo útil, a verdade do que foi contratado.
A possibilidade de aldrabar, diz Wilson, “excita as emoções e é o principal objecto de maldizer e de agressão moral que assegura a integridade politica”. Mantém-nos vigilantes.
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