Os intelectuais de cultura cristã que frequentam a blogosfera portuguesa, e que eu julgo constituirem a totalidade - apesar de muitos se julgarem judeus -, em lugar do espectáculo de irracionalidade que deram recentemente deviam, pelo contrário, aproveitar o exemplo judaico para reflectir sobre a importância de certos valores para a sobrevivência e a prosperidade de um cultura. Sobretudo quando estes intelectuais andam aqui, na maioria dos casos, a fazer política e à caça do poder no sentido de mudarem o país, presumo, para melhor.
A cultura judaica sobrevive e prospera desde há milénios, mesmo sob condições da maior adversidade, porque - como argumentei no meu post anterior - não admite a intromissão da razão na discussão dos seus valores fundamentais. A cultura judaica não está aberta a discussão. Não existe liberdade de expressão acerca dela, não existe a possibilidade de crítica racional. Ela representa um acto de fé do povo judeu - e é racional que assim seja.
Sujeita, nos seus valores essenciais, ao escrutínio da razão, há muito que ela teria enfraquecido e desaparecido. A sua própria sobrevivência e prosperidade ilustra como, em última instância, a fé é o limite da razão.
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