12 setembro 2025

Miguel Milhão (11)

 (Continuação daqui)

11. Vingança

A certa altura do podcast que gravei com o Miguel Milhão, que será publicado dentro de três a quatro semanas,  ele colocou-me uma pergunta embaraçante.

Eu estava a falar do processo judicial que vivi ao longo dos últimos dez anos, assunto sobre o qual falara extensivamente em outro podcast recente (cf. aqui).

Pelo caminho, já tínhamos falado do Chega, tendo eu relacionado a minha adesão ao Chega com o referido processo judicial, como já havia feito neste blogue (cf. aqui e aqui).

Nunca tive apreço por partidos e muito menos pela vida partidária, mas em 2022  fui o mandatário nacional do Chega às eleições legislativas e o autor do seu programa económico, numa altura em que eram poucas as pessoas dispostas a dar a cara pelo Partido. Foi nessas eleições que o Chega deu um passo de gigante, passando de um para 12 deputados.

A pergunta que o Milhão me colocou consistia em saber qual o sentimento que me animava para falar tão intensamente sobre o processo judicial e a sua relação com o Chega.

Fiquei em silêncio por uns momentos, sem saber como responder. Olhando em retrospectiva, eu gostaria de ter dado uma daquelas respostas moralistas em que eu próprio pudesse parecer um padre.

Mas não. Respondi assim, cito de memória:

"Custa-me utilizar esta palavra, mas é a palavra verdadeira para representar aquilo que me anima: Vingança".

Vingança contra um sistema corrupto.

A Vingança está aí agora a ser servida em pleno. Segundo a mais recente sondagem publicada ontem, pela primeira vez o Chega seria o partido mais votado se as eleições legislativas se realizassem agora, à frente dos partidos do sistema, AD e PS (cf. aqui). Por outras palavras, o Chega seria Governo.

Eu costumo definir o Chega como um partido de pessoas zangadas. E eu sou uma delas.

No podcast Milhão vs. Frazão (cf. aqui), a certa altura o Milhão pergunta ao Frazão se o tema principal do Chega é a Imigração. O Frazão responde que não, que é a Corrupção.

É isso, - a Corrupção, na política que, apesar de tudo ainda tem algum escrutínio público, e mais ainda na justiça, que não tem escrutínio nenhum.

(Continua acolá)

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