(Continuação daqui)
426. Processo Cível (V)
Ingrato e leonino
4 de Maio: Quinta sessão do Julgamento.
Continua o depoimento do director da Cuatrecasa-Porto, Filipe Avides Moreira, mas estranhamente, o magistrado Ferreira da Rocha, que praticamente o havia convertido a ele e à Cuatrecasas em réus na sessão anterior, não comparece à sessão e, sem qualquer explicação, é substituído por um colega. Este colega mostra-se bastante mais simpático em relação aos advogados da Cuatrecasas que depõem a seguir, Vasco Moura Ramos e Raquel Freitas.
Depõem ainda as testemunhas Miguel Cerqueira Gomes, Pedro Ferreira Magalhães, Maria José Barros, Nuno Botelho e Nuno Cáceres (todos advogados), sendo que a terceira também é administradora hospitalar e o último é presidente da Associação Comercial do Porto. A testemunha José de Freitas (advogado, sócio fundador da Cuatrecasas-Porto) é multada pelo juiz por faltar à chamada. Na altura faltava apenas ouvir a única testemunha da defesa, Fátima Pereira.
O julgamento arrasta-se agora há três meses. É altura de perguntar o que é que havia naquele Protocolo escrito pela Cuatrecasas e que tanto me indignou, originando o meu contundente comentário televisivo.
Era ingrato e leonino. A administração do HSJ tinha-me pedido em 2013 para assumir o Projecto Joãozinho iniciado no próprio HSJ em 2009, e até me fez uma agradecimento por ter aceite a missão (cf. aqui). O Protocolo vinha agora dizer, entre outras cláusulas profundamente ingratas e leoninas, uma que me indignou acima de todas as outras e que se resumia assim: Se eu não conseguisse angariar, junto dos mecenas, o dinheiro necessário para a obra (cerca de 20 milhões de euros), era eu que ficava pessoalmente responsável por a pagar!
O Protocolo estava concebido para eu o recusar para que a obra viesse e ser entregue a uma construtora amiga do PSD, como veio a acontecer.
(Continua acolá)

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