08 junho 2024

A Decisão do TEDH (214)

 (Continuação daqui)



214. Amanhã vou votar no Chega

Já expliquei várias vezes neste blogue (a primeira: cf. aqui; a última: cf. aqui) que decidi aderir ao Chega, juntando-me pela primeira vez na minha vida a um partido político, por causa deste processo judicial.

Eu não me conformo de ter sido condenado injustamente por dois crimes que ainda hoje constam do meu registo criminal (cf. aqui) quando estava a fazer uma obra que o Estado desleixava há anos, deixando crianças, sofrendo de doenças as mais graves, internadas em barracões metálicos no segundo maior hospital do país. Não me conformo igualmente que dinheiro que, de outro modo, eu teria dado a essa obra destinada a crianças, tenha entretanto sido desviado para encher os bolsos de advogados corruptos.

Não se trata, da minha parte, de nenhuma lealdade ideológica em relação ao Chega porque o Chega não possui ideologia. Os países católicos como Portugal não produzem ideólogos, excepto em segunda mão. As ideologias são produtos distintamente protestantes - o socialismo um produto do luteranismo germânico e o liberalismo ou capitalismo um produto do calvinismo britânico.

O Chega é um partido popular que nasceu de pessoas revoltadas com o sistema e que parece ter capacidade para abanar o sistema e a corrupção que nele existe. Eu tenho a esperança que essa limpeza inclua a justiça,  cuja corrupção em todo este processo eu conheci pessoalmente, em directo e em primeira mão. 

O processo judicial  Almeida Arroja c. Portugal que o TEDH julgou recentemente, bem poderia ter um título alternativo: "Como fabricar um militante do Chega".

Portanto, amanhã vou votar no Chega. Não fossem o Paulo Rangel, a Cuatrecasas, os juízes e os magistrados do Ministério Público corruptos - e cuja corrupção a decisão do TEDH veio agora pôr a claro - e eu estaria amanhã, muito provavelmente, a votar noutro partido, mais por convicção ideológica e menos por revolta. Assim, voto no Chega, onde votam cada vez mais pessoas como eu. 

(Continua acoláacolá)

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