(Continuação daqui)
149. Efeméride
Faz hoje seis anos que decorreu a mais memorável sessão do meu julgamento no Tribunal de Matosinhos - a quinta - em que eu fiquei com a certeza de que estava tudo feito para me condenar. Faz hoje também anos (29) que faleceu o meu pai.
Tudo isso eu deixei na altura registado neste blogue (cf. aqui). Quanto à mãe do magistrado X, cujo falecimento me foi dado como explicação para a sua ausência da sessão do julgamento, não, não morreu nada nesse dia. Era mentira, como noventa e tal por cento das coisas que eu ouvi naquele tribunal.
Ao intervalo da primeira sessão do julgamento, a 6 de Fevereiro de 2018, depois de eu ter falado, uma das minhas cunhadas, disse-me a sorrir: "Eh pá! Parecias o teu pai a falar...".
O meu pai foi sempre uma figura muito importante para mim neste processo, a tal ponto que lhe dediquei a decisão do TEDH (cf. aqui). Tinha-me custado imenso ter de dizer o nome dele e da minha mãe logo no início do julgamento, e disso dei conta ontem (cf. aqui). Foi como se ele, logo desde esse momento, me interrogasse permanentemente com um simples olhar, o olhar de quem pergunta:
-Tu vais-te deixar humilhar por esses miseráveis?
É que ele, de certeza, não se teria ficado.
(Continua acolá)
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