(Continuação daqui)
139. Cinquenta mil euros
Já gastei cerca de 50 mil euros com este processo e a conta ainda não está fechada.
Gastei todo este dinheiro a pagar indemnizações ao Paulo Rangel e à Cuatrecasas, uma multa ao Estado, custas judiciais, honorários de advogados.
E que crime cometi eu?
-Nenhum. Exerci o direito democrático à liberdade de expressão.
Todo este dinheiro foi gasto por conta da corrupção que existe no nosso sistema de justiça e em benefício das três corporações que se apropriaram da justiça. Serviu para pagar a advogados, para enriquecer injustificadamente advogados, serviu também para justificar os altos vencimentos de juízes e magistrados do Ministério Público.
Em nome de quê, da justiça?
-Não. De nada. Não houve justiça nenhuma. Foi tudo corrupção da justiça.
No próximo dia 19 de Junho, três meses após a sua publicação, o acórdão do TEDH (cf. aqui) transita em julgado. A partir desse dia, o Estado tem três meses para me pagar 15 mil euros a que o TEDH o condenou. A partir desse dia também, eu vou entrar com um pedido de re-abertura do processo-crime no Tribunal da Relação do Porto, reclamando a minha absolvição e ser ressarcido de tudo o que gastei na justiça em Portugal.
Mas, para já, eu tenho 50 mil euros avançados neste processo. Vejo-os agora como um investimento, um investimento do qual não serei já eu a receber o retorno, mas espero que outros o recebam por mim. Eu vejo agora tudo o que passei e tudo o que gastei como um investimento para mudar a justiça em Portugal.
É a missão que me atribuí. Deriva de outra, a de fazer a ala pediátrica do Hospital de S. João. Mas, fazer a ala pediátrica de um hospital, ainda por cima público, qualquer um acabaria por fazer, ou a Associação Joãozinho ou o Estado, ou os dois, como veio a acontecer, a primeira começando a obra e o segundo acabando-a.
Agora, mudar radicalmente o sistema de justiça em Portugal é uma missão muito mais difícil. Não obstante, é isso que me proponho. Hesito, porém, em dizer que esta missão só não será cumprida passando por cima do meu cadáver, como disse da outra vez (cf. aqui).
É que, dessa vez, esteve quase (cf. aqui).
(Continua acolá)
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