18 abril 2024

A Decisão do TEDH (110)

 (Continuação daqui)



110. O Encarnaçãozinho


Na cultura protestante, como já referi, a liberdade é um valor sagrado porque é através da liberdade (de pensamento e de expressão) que se chega à Verdade. Ora, a Verdade implica por vezes desmascarar farsantes, pessoas que gostam de aumentar a sua própria importância, fazendo-se passar por aquilo que não são.

Um dos episódios mais interessantes a este respeito, durante o meu processo judicial, teve precisamente no centro o nosso actual Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e começou logo na sessão de abertura de instrução.

A juíza de instrução Catarina Ribeiro de Almeida parecia mais interessada em cumprir algum compromisso que tinha (provavelmente no cabeleireiro) do que em fazer o seu trabalho, e logo que terminou a minha sessão e ia começar a seguinte, ela ralhou com o pessoal do tribunal que lhe tinha marcado tanto trabalho para aquela manhã. 

A verdade é que a minha sessão tinha demorado mais do que o previsto. A meio da sessão foi a altura de falar o jovem advogado Ricardo Encarnação, que eu conhecera momentos antes, à entrada para a sala de audiências, e que mais tarde, depois de conhecer o pai, eu viria a baptizar com o carinhoso nome de Encarnaçãozinho.

Pois o Encarnaçãozinho começou para ali a falar do Professor Paulo Rangel para aqui e para acolá, Professor nesta Universidade e mais naquela, que escrevia livros e artigos em revistas muitos conceituadas, ao passo que o Dr. Pedro Arroja escrevia em jornais e em blogues...

Comecei a ver onde é que o Encarnaçãozinho queria chegar.

Nem lhe dei mais tempo. Sem pedir licença a ninguém, interrompi-o e - ao ponto de mais tarde a minha advogada me repreender - desanquei-o, a ele e ao "Professor" Paulo Rangel, que não era Professor coisa nenhuma, mas um mero licenciado. Doutorado, um verdadeiro Professor, era eu! (cf. aqui).

Julgo que ele terá ido fazer queixas ao pai e o Papá Encarnação nunca mais me perdoou ter ido aos fagotes do filho. Certo é que, mais tarde, durante todo o julgamento, que durou quatro meses, o Encarnaçãozinho nunca mais abriu a boca. Terá compreendido que isto era para homens e não para miúdos.

Durante o julgamento foi o Papá Encarnação que voltou ao tema, que o Professor Paulo Rangel dava aulas na Universidade Católica e na Oporto Business School, escrevia coisas muito importantes aqui e acolá, ao passo que, quando se referia ao Dr. Pedro Arroja, ...

A partir daqui do blogue, e quando já toda a gente no julgamento lia o blogue, eu comecei literalmente a gozar com o Papá Encarnação e com o "Professor" Paulo Rangel, que ele não era Professor coisa nenhuma, mas um simples licenciado, um mero assistente universitário. Professor era eu!

Engraçado é que, depois, o Papá Encarnação conversava as testemunhas para irem para o tribunal responder àquilo que eu escrevia no blogue. E foi ver testemunhas, umas atrás das outras, a desfilar no sentido de convencerem o juiz que o "Professor" Paulo Rangel era um verdadeiro Professor universitário, e não um farsante.

O resultado foi este: cf. aqui.

Quer dizer, resumindo a história, o Professor Paulo Rangel não se tinha doutorado por um triz, ele não era um verdadeiro Professor por uma unha negra.

E, como se isso não bastasse, no fim veio o Paulo Mota Pinto que, sem se aperceber da farsa, estragou tudo: cf. aqui aqui.

(Continua acolá)

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