(Continuação daqui)
147. Em defesa das suas damas
Naquela maneira muito amaricada de expressão, dirigindo-se a uma pessoa (Lucília Gago) e referindo-se a um assunto (Operação Influencer) sem nunca os nomear, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, veio dizer, aos microfones da Antena 1, que o Ministério Público tem muito pouca cultura democrática. E isto porque, quando é criticado, responde que o estão a atacar (cf. aqui).
As declarações causaram polémica e muito alarido e, naturalmente, quem não se ficou foi o capataz da corporação, o magistrado Adão Carvalho, que logo saiu em defesa das suas damas, para dizer que quem tem falta de cultura democrática é o presidente da Assembleia da República (cf. aqui).
Estamos numa guerra entre duas instituições do Estado - a Assembleia da República e o Ministério Público - para ver qual é a mais democrática: "Tu não és democrática, eu é que sou democrática".
E quem é que ganha este jogo?
É a Assembleia da República do presidente Santos Silva - na realidade, é a instituição mais representativa da democracia -, e não o Ministério Público do capataz Adão Carvalho.
O Ministério Público não é eleito, ao contrário da AR, e possui uma cultura que é não somente "pouco democrática", mas que é verdadeiramente anti-democrática. É uma instituição que, aos olhos de um qualquer democrata, não passa de uma corporação de criminosos ou, cada vez mais, de uma corporação de criminosas.
(Continua acolá)
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