27 dezembro 2023

Um passo de gigante (147)

 (Continuação daqui)

Tomada de posse dos magistrados do MP na categoria de Procuradores de República, a categoria intermédia desta magistratura, Janeiro de 2020 (cf. aqui)


147. Em defesa das suas damas

Naquela maneira muito amaricada de expressão, dirigindo-se a uma pessoa (Lucília Gago) e referindo-se a um assunto (Operação Influencer) sem nunca os nomear, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, veio dizer, aos microfones da Antena 1, que o Ministério Público tem muito pouca cultura democrática. E isto porque, quando é criticado, responde que o estão a atacar (cf. aqui).

As declarações causaram polémica e muito alarido e, naturalmente, quem não se ficou foi o capataz da corporação, o magistrado Adão Carvalho, que logo saiu em defesa das suas damas, para dizer que quem tem falta de cultura democrática é o presidente da Assembleia da República (cf. aqui).

Estamos numa guerra entre duas instituições do Estado - a Assembleia da República e o Ministério Público - para ver qual é a mais democrática: "Tu não és democrática, eu é que sou democrática".

E quem é que ganha este jogo?

É a Assembleia da República do presidente Santos Silva - na realidade, é a instituição mais representativa da democracia -, e não o Ministério Público do capataz Adão Carvalho. 

O Ministério Público não é eleito, ao contrário da AR,  e possui uma cultura que é não somente "pouco democrática", mas que é verdadeiramente anti-democrática. É uma instituição que, aos olhos de um qualquer democrata, não passa de uma corporação de criminosos ou, cada vez mais, de uma corporação de criminosas.  


(Continua acolá)

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