(Continuação daqui)
148. Como da primeira vez
Todas as associações de criminosos desenvolvem uma cultura de mentira e o Ministério Público não é excepção. Na realidade, desde pelo menos 2017 que eu venho tratando neste blogue a cultura de mentira prevalecente no Ministério Público (cf. aqui).
A razão é simples de explicar. Todos os membros da corporação de criminosos têm de falar mentira para as pessoas que são exteriores à organização, sob pena de serem reconhecidos por aquilo que são - criminosos - e penalizados pela sociedade. A mentira é uma questão de sobrevivência para qualquer organização criminosa.
Por isso, o parágrafo que mais me chamou a atenção no comunicado do magistrado Adão Carvalho, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, acerca das declarações do presidente da Assembleia da República sobre a falta de democraticidade do MP, foi precisamente o último e a parte que enfatizo a seguir.
"A avaliação que pode ser feita do Ministério Público da era pós-Estado Novo é que é uma instituição de confiança. Não há qualquer razão para concluir que o sistema de justiça persegue pessoas sem que seja devido e sem que, no próprio sistema, as pessoas não têm direito a um julgamento justo e equitativo". (cf. aqui).
Trouxe-me imediatamente à memória um acontecimento desta quadra natalícia.
Aconteceu este mês encontrar-me num almoço de Natal com um amigo que já não via há anos. Foi ele que iniciou a conversa, dizendo-me que tinha gostado muito de um post deste blogue que lhe tinha chegado às mãos sobre o Ministério Público e de que eu era o autor.
Disse-me que ele próprio, enquanto fora colaborador próximo de um conhecido autarca do Norte, foi alvo do Ministério Público por várias vezes. Numa das ocasiões, cinco mânfios, às ordens do Ministério Público, entraram-lhe pelo gabinete dentro, levaram-lhe o computador, o telemóvel e outros objectos pessoais e nunca lhos devolveram, passados que estão agora cerca de dez anos. Claro que o processo em causa deu em nada, tinha sido mais uma daquelas palhaçadas organizadas pelo Ministério Público para perseguir os autarcas.
Mas depois de me contar estes episódios com um certo ar divertido, olhou para mim muito sério e disse-me:
-Olhe que eles vão atrás de si!...
(uma afirmação nada consentânea com as declarações do magistrado Adão de que o MP não persegue ninguém).
Eu respondi de imediato:
-Já vieram ... por causa de comentários que fiz sobre eles no Porto Canal há uns anos...
(outra afirmação nada consentânea com as declarações do magistrado Adão).
E assim nos despedimos.
À saída, fui eu próprio que me perguntei:
-E se vierem outra vez?
A resposta surgiu pronta ao meu espírito:
-Vou recebê-los como da primeira vez.
(Continua acolá)
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