MEDICINA e AMOR ( versão editada deste post)
Os críticos vêem no médico a autoridade e o distanciamento da ciência e na freira, representada do lado oposto, a empatia e o carinho. A doente, colocada entre o dois, necessita dos conhecimentos médicos e da caridade.
Esta visão, provavelmente, estaria na mente do Picasso, que tinha apenas 16 anos quando executou esta obra de arte, mas nunca me impressionou desse modo.
O médico, aos meus olhos, representa “a ciência e a caridade”. Sentado ao lado da doente, a tomar-lhe o pulso, o médico não é apenas um profissional de saúde. É também um ser humano envolvido na relação médico-doente, dando confiança e esperança.
A freira, tratando do sustento e assegurando os cuidados à criança, assume o papel de uma figura familiar. Ora a família não faz caridade, a família apoia e sustenta todos os membros por amor. A empatia é algo que nos coloca no lugar do outro, mas que não leva necessariamente à caridade, que eu defino como ajuda aos débeis e desprotegidos.
Em defesa do meu argumento, eu chamo a atenção para o comportamento atual de alguns médicos, que mal tocam nos doentes e que se limitam a pedir análises e exames complementares de diagnóstico.
Atrás dos computadores, como qualquer amanuense, esse tipo de médico nem a ciência representa porque a medicina não é uma ciência, é uma profissão e uma parte importante dessa profissão é o humanismo — a Caritas (tomo o sentido expresso pelo Papa Bento XVI na Encíclica Caritas in Veritate).
Citando Abel Salazar: ‹‹Quem só sabe de medicina, nem de medicina sabe››.
O médico do quadro do Picasso é a Ciência e a Caridade (a melhor definição da Medicina. A freira é o Amor.
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