Em Janeiro de 2021, véspera das eleições presidenciais, escrevi um post com o título "Por que vou votar no André Ventura" que permanece até hoje um dos posts mais partilhados de sempre deste blogue (cf. aqui).
Nele, eu explicava a minha opção para as presidenciais, uma opção que viria a repetir nas legislativas de 2022, onde até fui mandatário nacional da candidatura do partido.
Em primeiro lugar, eu gostava da atitude anti-sistema do André Ventura e do Chega, em parte porque considero o sistema corrompido, em parte também porque desde que a geringonça chegou ao poder, eu próprio fui perseguido pelo sistema quando me propus fazer, à frente de uma associação humanitária, um hospital pediátrico que os governos PS/PSD há dez anos recusavam fazer.
Mas, acima de tudo, eu gostava da prioridade de governação do André Ventura e do Chega - a justiça. O André Ventura, caso fosse eleito, prometia uma "profundíssima" reforma da justiça.
Ora, como expliquei nesse mesmo post, eu considero a justiça o mal maior da democracia portuguesa, e logo apontei as duas instituições que mais corrompem o ideal e a prática de uma justiça democrática - o Tribunal Constitucional, herdeiro do Conselho da Revolução, e o Ministério Público, o herdeiro directo da famigerada Inquisição, a mais gravosa nódoa na tradição humanista dos portugueses.
Embora não ocupando lugares institucionais no partido, sempre fui dizendo em privado que o Chega devia criticar de frente o Ministério Público e o Tribunal Constitucional sob pena de, um dia, ser vítima de um e de outro.
No Verão de 2022, faz agora um ano, eu já estava um tanto decepcionado, uma decepção que exprimi num outro post que voltou a ter um record de partilhas (cf. aqui). Ao mesmo tempo, ia acompanhando os sinais do ataque institucional ao Chega (cf. aqui, aqui e aqui).
Hoje, o meu sentimento é diferente. É a quase-certeza que esses dois grandes trapaceiros da democracia - que são o Tribunal Constitucional e o Ministério Público - acabarão por dar cabo do Chega. A menos que seja posta de pé uma firme e contundente defesa.
Não sei se vai a tempo. O processo está já bastante adiantado (cf. aqui).
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