O Chega continua a ser alvo de uma campanha negra na comunicação social do sistema e esta semana foi fértil em episódios. O principal veio do Ministério Público ao constituir arguidos o André Ventura e outros dirigentes do Chega por causa de um jantar de campanha para as presidenciais realizado em Braga em Janeiro passado (cf. aqui).
Segundo as notícias da altura, a GNR esteve presente no local e, se o jantar não se poderia realizar, por que é que não lhe pôs termo no momento? O próprio Ministério Público poderia ter inviabilizado o jantar que foi anunciado com antecedência. Por que é que não o fez, andam a dormir?
A resposta é bastante simples. Não o fez para poder agora fazer aquilo que fez - criminalizar o André Ventura e outros dirigentes do Chega em cima das eleições autárquicas, como convém.
Agora, que as sondagens dão o Chega como o terceiro partido do país, o maior adversário do Chega não é nem o PSD nem o PS institucionais. O maior adversário do Chega é o Ministério Público onde cobarde e corruptamente se escondem o PSD e o PS (mais os seus respectivos acólitos), fazendo política sob a aparência de estarem a fazer justiça.
Partidos com a dimensão parlamentar do Chega (um deputado) conseguem concorrer normalmente a cerca de 20 autarquias quando se apresentam pela primeira vez a eleições autárquicas. Pois, o Chega vai concorrer em Setembro a 220 autarquias, mais até do que o BE que tem uma dimensão parlamentar muito superior ao Chega.
Tratou-se de um esforço organizativo gigantesco para a dimensão do Partido, e deve-se ao facto de o Chega possuir uma característica que os outros partidos não têm, ou porque estão demasiado instalados ou porque têm muitos punhos de renda para andar aí pelo país interior a arranjar candidatos e a organizar candidaturas.
Essa característica - em linguagem futebolística - é a de que os dirigentes, e mais ainda os militantes do Chega, estão dispostos a comer a relva. Este atributo tem sido decisivo para o crescimento do Chega e para o tornar, num curto espaço de tempo, um dos principais players no quadro partidário do país.
Naturalmente, que a inexperiência e o enorme esforço organizativo produziram algumas falhas, mas que a comunicação social instalada não deixa de explorar como se fossem grandes blunders (cf. aqui) ou até ilegalidades (cf. aqui).
Um artigo desta semana no Observador diz que existe nepotismo no Chega (cf. aqui). Mas como, se o Chega não controla nenhum ministério, nenhuma secretaria de Estado, nenhuma empresa pública, nenhuma câmara municipal, nenhuma junta de freguesia? Tudo aquilo que o Chega tem é uma deputado na AR sem qualquer poder para gastar dinheiro do Estado a favorecer amigos ou a família.
O Expresso tem um jornalista (por assim dizer) exclusivo para dizer mal do Chega, e para não fazer outra coisa acerca do Chega. Esta semana, através do Jornal da Corte, os portugueses ficaram a saber que alegadamente existem neonazis infiltrados no Chega (cf. aqui).
Não sei se existem, mas é pouco provável. O nazismo é uma deriva do socialismo e o próprio partido nazi de Adolfo Hitler se chamava Partido Nacional-Socialista. Ora, não existe nada de socialismo no Programa do Chega ou qualquer afirmação de supremacia nacionalista ou racial que o aproxime do nazismo. O nacionalismo do Chega é uma questão de identidade nacional (cf. aqui). Existem muito mais semelhanças com o nazismo nos programas dos partidos do regime - certamente o socialismo, seja na versão comunista ou na versão social-democrata.
Pretende-se passar a ideia de que o Chega atrai pessoas violentas e cabeças rapadas. Mas desde Maio passado, eu estive como convidado em cinco eventos do Chega e não vi nada disso - Reunião do Gabinete de Estudos (Maio, Almada), Reunião da Juventude Chega (Junho, Santarém), Congresso do Chega (Junho, Coimbra), Conselho Nacional do Chega (Julho, Sagres) e Convenção Autárquica do Chega (Julho, Santarém).
Em nenhum destes eventos eu vi cabeças rapadas. Pelo contrário, nunca senti a mínima insegurança - eu, que sou um principiante nestas andanças partidárias. Todos os eventos decorreram com o máximo civismo e todas as reuniões de trabalho foram conduzidas com enorme profissionalismo, e todas elas abertas a jornalistas.
Aquela ideia que o status quo pretende passar do Chega como um partido de desordeiros é, segundo a minha experiência, absolutamente injustificada. Aquilo que eu vi foi um Partido que me parece imensamente popular, cheio de entusiasmo e cujos militantes estão dispostos a fazer aquilo que os outros não estão - comer a relva. É isso que é distintivo no Chega.
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