01 dezembro 2019

A Loja da Dra. Raquel (1)

1. Porco assado


O último produto saído da Loja da Dra. Raquel (cf. aqui), com sede no Tribunal da Relação do Porto, é a Operação Ajuste Secreto. É o cúmulo da incompetência da acusação criminal só excedido, talvez, pela Operação Marquês. A razão é que é impossível fazer justiça no meio daquela acusação envolvendo 68 arguidos e 980 crimes, dos quais 140 imputados a um só dos arguidos.

Aquilo que a crimalhada produzida na Loja da Dra. Raquel faz é política, não justiça, e propaganda anti-democrática, lançando a suspeita generalizada sobre políticos democraticamente eleitos e arruinando as carreiras e as vidas a muitos deles. Um deles já pediu a suspensão de um cargo importante que ocupava (cf. aqui).

No caso de se vir a provar a inocência de algum dos arguidos, o que é mais do que provável, a Dra. Raquel e seus pares não sofrem nada, e continuarão a auferir o seu salário superior ao de primeiro-ministro. Acusar pessoas inocentes é o pão-nosso-de-cada-dia na Loja da Dra. Raquel. E depois daquele seu famoso despacho (cf. aqui), acusar pessoas inocentes já não chega. É preciso pô-las na cadeia.

Este é certamente o episódio mais recente da perseguição à Santo Ofício a que faz referência no Expresso  desta semana o presidente da ANMP e a que me referi em baixo (cf. aqui).

Eis as estatísticas da Operação (Fonte: aqui e aqui):

Buscas: 31
Agentes da PJ: 90
Magistrados do MP: 5
Duração das investigações: 4 anos (estimativa)
Escutas telefónicas: milhares de horas (estimativa)
Arguidos: 68
Crimes imputados: 890
Crimes imputados ao principal arguido: 140
Móbil dos crimes: Porco assado (cf. aqui)

Está ainda por determinar se o julgamento será no Pavilhão Rosa Mota ou no Estádio do Dragão.

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