Num post anterior concluí acerca das origens sociologicamente modestas do movimento político do liberalismo. Distingui também, sob este ponto de vista, o liberalismo do conservadorismo e, na esteira de Hayek, declarei-os incompatíveis.
O liberalismo não é originariamente um movimento político de ricos, mas de pessoas que, nascendo modestas ou pobres, ambicionam legitimamente, pelo seu trabalho, tornar-se ricas. Pelo contrário, os conservadores, tendem a ser aqueles que já nasceram ricos ou os que vivem confortavelmente, senão mesmo ricamente, à sombra do Estado (cf. aqui).
Noutro post, havia também concluído que não há padrinhos no liberalismo, e é ao tema dos padrinhos que pretendo agora regressar para mostrar como, num país de cultura católica - ou também socialista -, eles são essenciais para se viver confortavelmente, senão mesmo ricamente, à custa do Estado.
Darei como exemplo uma instituição.
A instituição é esta (cf. aqui) que tem muitos padrinhos e muitas madrinhas.
Esta instituição vive essencialmente de subsídios do Estado, 415 mil euros em 2018, 379 mil em 2017 (Contas de gerência de 2018, cf. aqui, p. 4).
E é uma instituição rica?
Então não é... É milionária!… Só em caixa e depósitos bancários tem cerca de um milhão de euros (idem, p. 13).
Eu não teria nada que ver com as contas desta instituição não fosse ela financiada quase exclusivamente com dinheiros do Estado, que incluem numa parte alíquota os meus impostos. E não fosse um dos seus mais altos responsáveis (cf. aqui) andar frequentemente na comunicação social a colocar-se ao lado dos pobres e desprotegidos (cf. aqui), e a castigar os ricos.
Afinal, a riqueza parece ser a fonte do pecado mas é quando está na posse dos outros ou sob o controlo ou a influência dos outros. Porque, se estiver na nossa posse ou sob o nosso controlo ou influência, parece ser uma coisa muito boa, e que todos querem ter.
Naturalmente, os principais responsáveis da instituição têm muito a agradecer aos padrinhos e às madrinhas pela riqueza milionária que a instituição exibe. Como é que lhes agradecem, isso já deve variar segundo as circunstâncias.
Umas vezes será por um simples "Muito Obrigado", noutras revestirá formas mais sofisticadas. Como esta: cf. aqui.
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