Entrevista à Renascença: "António Costa disponível para negociar com todos os partidos menos com o Chega" ( cf. aqui).
Num post anterior afirmei que os fundadores da Iniciativa Liberal corriam o risco de acabar socialistas, exactamente como os fundadores do CDS. E, na realidade, as posições comuns entre a IL e o PS vão emergindo à superfície. Tal como o PS, também a Iniciativa Liberal recusa negociar com o Chega (cf. aqui).
O que é que existe no Chega para o primeiro-ministro ostracizar 10% dos portugueses - que é a votação que o Chega espera obter -, numa posição em que é acompanhado pela Iniciativa Liberal?
Existe povo. E o PS e a IL têm medo do povo.
E porquê?
Porque o povo tem tradição e o PS e a IL querem acabar com a tradição. Um povo sem tradição passa a ser uma massa que os dirigentes do PS e da IL podem moldar à sua vontade e bel-prazer.
Uma das principais tradições - eu diria mesmo a principal - do povo português é a sua tradição católica.
Igreja (do grego, ecclesia, comunidade) Católica (do grego katholicos, universal) significa mesmo "Comunidade Universal". A Igreja Católica tem por fim juntar toda a humanidade numa comunidade universal - uma comunidade que, sendo universal, não exclui ninguém.
Decorre da sua cultura católica que os portugueses não gostam de ver ninguém excluído.
Ao excluir o Chega, o PS e a IL estão a ir directamente contra uma das grandes tradições do povo português - que é tradição de não excluir ninguém, de haver sempre lugar para mais um, a tradição de que ninguém fica à porta.
Pode ser que lhes saia caro.
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