03 novembro 2021

O QUE SERIA III

O que seria nascer num país libertário?

 

‹‹O homem nasce livre, mas por toda a parte encontra-se acorrentado›› - Jean-Jacques Rousseau.

 

A primeira grande diferença por nascer num país libertário seria que o Estado não te colocaria logo uma “etiqueta na orelha” como se fosses uma vitela. Uma etiqueta metafórica, claro está, porque o Estado apenas te atribui um número (ou vários, mas que por estarem interconectados são “apenas um”).

 

Em Portugal é o N º do Cartão de Cidadão, onde constam também o Nº de Identificação Fiscal, o Nº da Segurança Social e o Nº de Utente de Saúde. Normalmente, fornecendo o Nº de Identificação Fiscal é possível aceder a todos os outros e, portanto, funcionam como se fosse “apenas um”.

 

Uma rápida consulta da Wikipedia explica de imediato para que serve este Nº/etiqueta:

 

Um número nacional de identificação, número de identidade nacional, ou o número nacional de seguro é utilizado pelos governos de muitos países como um meio de controle de seus cidadãos, residentes permanentes e residentes temporários para fins de trabalho, a tributação, os benefícios do governo, cuidados de saúde, e outros funções relacionadas ou acrescidas”.

 

Vejam bem o destaque: um meio de controle dos cidadãos. Ora num país libertário o Estado não controlaria os cidadãos, os cidadãos é que controlariam o Estado.

 

Num país libertário não existiriam, portanto, Bilhetes de Identidade, nem Cartões de Cidadão.

 

Na Europa há apenas três países sem identificação estatal obrigatória: o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca. No Reino Unido existiram cartões de identificação durante a segunda guerra mundial, mas foram extintos por Winston Churchill em 1952, pelo conflito que originavam entre a polícia e cidadãos pacíficos e inocentes.

 

Imagino o espanto das pessoas que aceitaram ser numeradas e etiquetadas quando constatam que há países sem esse requisito. Parece que deixaram substituir o “penso, logo existo” pelo “tenho CC, logo existo”. Sugiro que pensem e que dispensem a etiqueta.

 

Talvez um dia, fartos do Estado capataz, os cidadãos se reúnam nas praças públicas para cremar, em conjunto, as etiquetas da manada e mandar bugiar os vaqueiros.

 

Ser livre é um sonho realizável, mas só quando perdermos o medo de ser livres.

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