No próximo sábado, 4 de setembro, às 11:45 irei falar sobre Amor e Economia na Academia de Verão do Chega, na Nazaré. (cf. aqui).
O Programa do Chega, recentemente publicado, atribui grande importância à família (cf. aqui, cláus. 38-42) e a família é o locus do amor. Por outro lado, a Economia nasceu precisamente ligada à família.
A palavra Oekonomia foi pela primeira vez utilizada por Aristóteles e compunha-se das palavras gregas oikos (que significa lar, domicílio, casa de família) e nomos (que significa regra, lei). A Economia começou, portanto, por ser a ciência que se ocupava das regras de administração da família.
Somente no século XVIII a Economia ganhou a sua conotação actual de ciência que lida com trocas comerciais que se pagam em dinheiro. Até aí as trocas ocorriam sobretudo dentro do espaço familiar e pagavam-se em amor.
Mais recentemente, nos anos oitenta, sobretudo devido à acção do economista norte-americano Gary Becker (cf. aqui) os economista voltaram a olhar de novo para a família, sob a perspectiva que lhes é própria - segundo qual a acção humana é guiada pela ponderação entre benefícios esperados e custos esperados -, e assim nasceu um novo ramo da Ciência Económica chamado Economia da Família.
E foi assim também que, vinte e cinco séculos depois de Aristóteles, os economistas voltaram a falar de Amor.
O tema da palestra que vou proferir na Nazaré - "Podemos falar de Amor e Economia?"-, o local e a hora foram definidos pela organização da Juventude Chega. Eu limitei-me a aceitar tudo aquilo que me foi proposto.
Não sem, logo na altura do convite, notar uma coincidência.
No próximo sábado, 4 de setembro, na Nazaré, por volta do meio-dia, quando eu estiver a falar sobre Amor e Economia e, naturalmente, sobre a família que é o lugar próprio do amor, eu estarei a fazer precisamente 45 anos de casado - isto é, 45 anos sobre a data em que eu iniciei a minha própria família.
Casei no dia 4 de setembro de 1976, ao meio dia, e era também um sábado, (na Igreja de S. Jorge de Arroios, em Lisboa).
Muitos atribuiriam esta coincidência ao acaso. Mas não eu que, entre outras coisas na vida, fui professor de Probabilidades e Estatística e escrevi livros sobre o assunto. A probabilidade de esta coincidência ser devida ao acaso é da ordem de um para muitos milhões, significando que é praticamente impossível.
Então, é o quê esta coincidência?
É um arranjo de Deus para me encomendar uma missão: "Vai lá dizer aos jovens do Chega o que é uma família porque tu é que tens credibilidade para falar sobre o assunto. Caso contrário, eles vão ser formados na ideia de que a família é a arena da violência doméstica que estão constantemente a ler nos jornais".
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